Online e offline: será que o futuro do imobiliário é híbrido?

O mercado imobiliário não foi exceção, e a digitalização, que já se começava a fazer sentir, viu-se acelerada. Contudo, dois anos depois, o setor imobiliário em Portugal continua a ser muito conservador, offline e complexo. As restrições sanitárias exigiram novas formas de garantir a continuidade dos negócios, em processos tão básicos como as visitas, as assinaturas de contratos, ou o contacto entre todas as partes intervenientes no negócio. Esta necessidade originou uma oportunidade única para novos players surgirem ou consolidarem os seus modelos de negócio. As novas plataformas tecnológicas (proptech), como a Casavo, com recurso a inteligência artificial e big data, têm tido um papel importante nesta transformação, tornando os processos de compra e venda de imóveis mais rápidos, transparentes e eficientes. Contudo, será que a crescente digitalização virá substituir totalmente o contacto pessoal e as visitas presenciais? A compra ou venda de uma casa é uma das decisões mais importantes da nossa vida sendo, por isso, muito ponderada – nunca será uma decisão tomada de ânimo leve ou por impulso. A escolha de uma casa envolve fatores emocionais e, como tal, exige uma relação próxima e de confiança com a empresa ou promotor que escolhemos para o efeito. Esta circunstância deve ser tida em conta pelos novos players tecnológicos que, além de procurarem dar resposta a um problema, também devem conseguir transmitir confiança e não descurar o fator proximidade com os seus clientes. Para isso, devem manter um contacto regular e personalizado, explicar o processo e esclarecer todas as dúvidas que possam surgir, bem como garantir o acompanhamento do início ao fim, em todas as fases. Adicionalmente, o papel das proptech deve também passar por contribuir para a democratização da tecnologia no setor através da diminuição do “espaço” que continua a existir entre o digital e o físico. Uma das principais missões passará por ajudar clientes e agentes imobiliários que ainda não tenham feito a transição a compreender as inúmeras valências que a tecnologia pode trazer, como, por exemplo, a aceleração e simplificação da compra e venda através da digitalização de todo o processo (incluindo as escrituras e as visitas online, entre outros). Por último, tendo em conta a importância que o contacto próximo continua a ter neste setor, toda a experiência deve ser híbrida: as plataformas devem garantir que tudo acontece de forma mais rápida e com o melhor acompanhamento possível, numa sinergia entre o digital e o presencial. Neste sentido, com o contributo das proptech, a digitalização do setor já é cada vez mais visível e permitirá otimizar os processos, tornando-os mais eficientes. Contudo, cabe também às novas plataformas ajudar a melhorar a experiência do cliente. Assim, a tecnologia permitirá desbloquear diversos entraves que ainda estão associados ao setor imobiliário, mas é essencial que não se descure as restantes necessidades de quem está à procura de vender ou comprar casa. As pessoas requerem um processo cada vez mais fácil e rápido, mas também procuram acompanhamento, apoio e empatia.

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