Turismo e imobiliário, interesses partilhados, desafios comuns

Sponsored content: Horwath HTL Portugal Invariavelmente, no topo da lista dos culpados figura o Turismo, aqui percecionado como um difuso espectro de problemas urbanos, onde relevam as críticas aos promotores imobiliários por preferirem rentabilizar os seus ativos através de projetos de alojamento turístico ou alojamento local em detrimento da oferta de produtos residenciais para a classe média, bem como às autoridades centrais e locais por favorecerem esses interesses.É verdade que há locais que conheceram, por variadas razões, um extraordinário sucesso turístico nos últimos anos. Isso traduziu-se numa pressão turística sem precedentes, por longos períodos do ano, nos principais pontos de atração e circulação de fluxos turísticos. Sendo por todos reconhecido que o Turismo proporciona às cidades oportunidades e benefícios económicos significativos, que vão desde a criação de empregos até ao aumento das receitas fiscais, há cada vez mais a perceção, tanto entre os residentes como entre os turistas mais conscientes, que uma excessiva presença e dependência do Turismo pode ser causadora de problemas relevantes para a coesão económica e social e, em última análise, para a sustentabilidade das cidades.Mas como é que pode ser abordada, em moldes sólidos, efetivos e consequentes, a relação entre Turismo e Imobiliário? Primeiro, é importante determinar de forma rigorosa a correlação entre os principais indicadores dos mercados turístico e imobiliário e realizar o mapeamento dessas correlações, para assim se construir um retrato o mais atualizado possível da situação. Trata-se de gerar conhecimento robusto para apoiar, no curto prazo, verdadeiras medidas de gestão e regulação nos mercados do Turismo e do Imobiliário, que concorram mutuamente para a correção eficaz e célere dos desequilíbrios já manifestados. Mas, a produção de conhecimento não é suficiente. A médio e longo prazo, a capacidade de planeamento e concertação estratégica entre as partes interessadas e de autorregulação dos respetivos interesses também é relevante. No fim do dia, é necessário congregar, concertar, decidir e depois agir para prevenir e mitigar fenómenos mais persistentes que possam pôr em causa a sustentabilidade de ambos os setores. E os sinais de insustentabilidade devem-nos preocupar.Lisboa e Porto têm enfrentado enormes desafios relacionados com o crescimento do Turismo nos últimos anos. Ambas as cidades têm experimentado um aumento significativo de turistas, o que trouxe benefícios, mas também complexidade de gestão urbana. Os executivos municipais têm aprovado medidas para lidar com os impactos do Turismo, sem eficácia demonstrada. Criaram-se, por exemplo, taxas municipais sobre o alojamento turístico para regular a procura, mas não é claro que essas contrapartidas financeiras estejam a ser alocadas a medidas de mitigação do excesso de Turismo. Ambas as cidades já adotaram políticas de regulação do Alojamento Local com o objetivo de controlar a gentrificação de bairros históricos, mas não evitaram que esse risco fosse “exportado” para outros bairros da cidade. O que estas medidas manifestam quase sempre é uma atitude reativa face aos problemas, que parece amplificar a perceção negativa da opinião pública, criando fatores de atrição que penalizam a atuação e a reputação dos setores do Turismo e do Imobiliário.Destinos turísticos mais consolidados como o Algarve e a Madeira também enfrentam desafios. No Algarve, os problemas manifestam-se na gradual urbanização do litoral, na superlotação de um crescente número de praias ou numa cada vez maior pressão sobre as infraestruturas públicas, com destaque para a competição pelo recurso água. Tal como no Algarve, o Turismo é o principal motor económico da Madeira, pelo que os desafios que se colocam ao setor devem ser aqui encarados com especial sensibilidade. Não surpreendentemente, o mercado imobiliário nestas regiões tem sido particularmente impactado. Na verdade, a promoção de práticas sustentáveis no setor do Turismo parece já não ser suficiente para a dimensão dos desafios que estas regiões enfrentam.Em certos pontos do interior de Portugal também já se verificam fenómenos de pressão turística. São inegáveis os benefícios económicos do desenvolvimento do Turismo nestas regiões, mas em determinados contextos (nas redes de aldeias do Centro de Portugal, por exemplo) o sucesso turístico promoveu movimentos localizados de especulação imobiliária que estão a excluir os residentes, exatamente o contrário daquilo que era suposto acontecer.A correlação entre sucesso turístico e valorização dos mercados imobiliários – em moldes tais, que ultrapassados determinados limites, se geram efeitos contraproducentes – não é exclusiva do nosso País. Mas, em Portugal, o fenómeno foi amplificado por efeito do modelo de crescimento quantitativo do Turismo que foi adotado, com assinalável sucesso, na sequência da crise de 2013. Hoje, o País está a discutir em cima do joelho se devemos ter menos Turismo para aliviarmos a pressão sobre o mercado imobiliário e promover uma baixa de preços que permita de novo à classe média o acesso à habitação. O Turismo e a atividade imobiliária, que tiveram um papel importante na nossa recuperação económica, são agora diabolizados pela opinião pública. Essa hostilização poderá ter eco nas agendas mediáticas e políticas, também elas focadas cada vez mais no curto prazo... Ambos os setores deviam levar a sério esta ameaça.O País devia estar a refletir, concertar e definir um novo ciclo de desenvolvimento turístico e assumir a vanguarda mundial da adoção de princípios regenerativos, equacionando formas inteligentes de retribuição à comunidade do seu sucesso enquanto destino turístico, desde a defesa da natureza, biodiversidade e recursos naturais ou a dinamização da regeneração urbana até à promoção de modelos turístico-residenciais mais acessíveis e adequados à nossa demografia, ao patrocínio da criatividade e cultura ou à defesa da nossa herança e identidade coletiva. O setor do Imobiliário, sendo parte interessada, não pode estar dissociado desta discussão.A Horwath HTL Portugal, um novo ator no mercado, herda o capital de conhecimento e experiência de uma equipa que tem estado na linha da frente desta reflexão e atuação, em Lisboa, Porto e de Norte a Sul do País. Isso proporciona-lhe uma visão abrangente, profunda e dinâmica deste contexto de oportunidade e permite-lhe afinar competências para prestar aconselhamento estratégico de ponta nos setores do Turismo e Imobiliário, em geometria variável de escalas e interesses. Por fim, ao integrar uma extensa rede internacional que segue, monitoriza e atua sobre esta problemática internacionalmente, disponibilizamos no nosso País um inestimável centro global de informação e competências para lidar com estes desafios de vanguarda.

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