Student Housing/Co-living - Novos desafios no setor imobiliário

Ao nível dos estudantes existe uma crescente necessidade de mobilidade internacional, motivado pela necessidade dos estudantes em adquirir não apenas hard skills, como também, e não menos importante, soft skills, para fazer face ao que as empresas hoje precisam e ao contexto empresarial global. Este movimento que existe e que é sentido nas nossas principais cidades, gera uma pressão na procura de alojamento que exige ter uma resposta adequada. Portugal não tinha uma rede de estabelecimentos preparada para receber esta afluência de novas gerações, que felizmente são exigentes em vários níveis, mas que obriga a uma série de requisitos não apenas numa construção adaptada a estas novas gerações globais, como também exige que a gestão da operação seja criativa e ofereça um conjunto de propostas e soluções para que quem cá esteja tenha uma experiência de vida única, que é precisamente o que é procurado, para além da qualidade na formação e aquisição de competências internacionalmente reconhecidas. Neste contexto, Portugal surge cada vez mais como um país escolhido para essa experiencia internacional, devido a vários factores, começando pela qualidade reconhecida internacionalmente do ensino superior, passando pelo nosso clima, pela qualidade de vida, pela segurança, pelo baixo custo de vida se comparado com outros países europeus, pelas infraestruturas que temos, pela gastronomia, pela abertura e simpatia do povo português, pelo surf e toda a costa com excelentes praias etc….Temos de facto excelentes motivos para sermos o país escolhido para uma experiência internacional, apesar da forte concorrência de outros países para atrair este mercado. Em Portugal existe um gap de camas disponíveis para os alunos nacionais e internacionais, que se estima entre 20 000 a 35 000 camas. Curiosamente este número aumentou, face a anos e estudos anteriores, apesar de haver hoje uma maior oferta no mercado. Um dos problemas que temos é que para além do gap existente, a procura para os novos espaços de Student Housing cresce mais rápido do que a capacidade de colocar no mercado mais camas – que é um processo mais lento. Um extensão natural do Student Housing é o Co-Living, que na prática e face à evolução que o Student Housing tem vindo a sofrer ao nível das condições que oferece, é em quase tudo idêntica às mais modernas Student Housing, com a diferença que é para um publico que já está no mercado de trabalho, que precisa também de espaços de Co-Working e os serviços apresentados são para um segmento mais elevado. Para além do que foi referido, os espaços individuais terão que ser mais independentes, com Kitchnet incluída, muito embora muitos Student Housing já comecem a oferecer não apenas quartos, mas pequenos Studios, que são cada vez mais valorizados pelos residentes. O Co-Living está a chegar a Portugal e veio para se expandir, acompanhando o aparecimento e crescimento das novas Startups tecnológicas globais, a deslocalização de empresas que trazem centenas de jovens quadros qualificados internacionais, o crescente numero de Nomads e a vontade de convivência e de desprendimento, que uma casa tradicional não oferece. Os Millenials procuram precisamente a flexibilidade e a mobilidade, não querem estar presos a um local. Mas o Co-Living terá também outros mercados no futuro, que não apenas os Millenials. O segmento sénior por exemplo tem também um enorme potencial de crescimento e de criação de novos conceitos que sejam atrativos, que ofereçam propostas de experiências e atividades com criatividade e qualidade e que possam captar um importante segmento de pessoas com potencial de compra, aproveitando e potenciando as excelentes condições que o nosso país oferece. Em qualquer dos casos, o Co-Living terá que ter uma marca forte, que seja um garante de qualidade, design, tecnologia, serviços de apoio, áreas recreativas, equipamentos de saúde e lazer e terá que ter programas de convivência e socialização que superem as expectativas.

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