Micro-living em Portugal

Em ambos dos casos, o estágio do mercado Português é ainda embrionário sendo que existem meia dúzia de empresas profissionais a operar, como a Smart Studios, Houze, Collegiate, Uhub e Millestone. São empresas que se dedicam exclusivamente a arrendamento de estudantes e estão a dar os primeiros passos em portugal. Entre estas três empresas estão previstas mais 3.000 camas nos próximos 3 anos. Curiosamente estas três empresas têm previsto desenvolver projetos de grande dimensão, entre outros projetos, numa zona muito especifica do Porto, em Asperela. Adicionalmente existem empresas como a Smart Studios, que arrenda a estudantes e não só. Existe uma parte significativa de “young professionals”, pessoas deslocalizadas profissionalmente que procuram este tipo de produto imobiliário. O tipo de apartamentos que estas empresas arrendam são muito semelhantes, na maior parte dos casos: pequenos studios com cerca de 20 metros quadrados com uma pequena kitchinette e casa-de-banho. A Smart studios tem neste momento 170 apartamentos arrendados e mais 540 apartamentos em obra e fase de licenciamento, o que perfaz 710 apartamentos. No que diz respeito a tendências, está muito em voga o conceito de co-living que basicamente poderá servir as duas soluções, student housing e micro-living e que passa por reduzir ligeiramente a área dos apartamentos e aumentar as áreas das zonas comuns de forma a que as pessoas possam partilhar experiências ambiente multi-cultural. Esta é claramente a grande tendência internacional. Por exemplo, salas-de-estar comuns, salas de tv/cinema, cozinhas comuns, lavandaria self-service e por vezes vai mais além do que isso havendo pequenos ginásios. Consideramos que em termos de oportunidades existe claramente uma vantagem muito grande para os “first movers”. Estes irão ditar as regras do futuro do setor em Portugal e beneficiar de yields mais altos enquanto o setor não se tornar maduro. Existem ainda uma série de vantagens dos “first movers”: a criação de marca/branding; aquisição de edifícios e terrenos a valores mais baixos do que os praticados hoje e que permitem obter yields atraentes. Relativamente às ameaças do setor, acreditamos que a principal dificuldade do nosso mercado são os licenciamentos dos novos projetos, este é um tema que dificulta o crescimento e desenvolvimento das multinacionais que desconhecem a complexidade e morosidade dos processos em Portugal. Como ameaça poderemos também identificar a postura do Governo em querer “matar” a “galinha dos ovos de ouro” do aluguer de curta duração vulgo “short term” o que acontecendo, irá trazer mais concorrência ao mercado de arrendamento habitacional tradicional. Acreditamos que dentro de 4 a 5 anos poderá haver excesso de oferta o que irá gerar uma correção das rendas e a consequente redução dos yields. Daqui a cerca de 5 anos deverão existir em Portugal 4 a 5 players, cada um com mais de 1.000 camas, havendo uma grande concentração no setor, que irá ser liderada pelas empresas internacionais, que tradicionalmente entram em novas geografias com através da aquisição de portfólios, como o caso do gigante Greystar que no ano passado comprou a Resa em Esapnha que tinha na altura 9400 camas.

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