2022: um ano de crescimento para o setor do imobiliário turístico

Analisando os anos de 2020 e 2021, o mercado imobiliário e em especial o setor médio/alto e de luxo onde se enquadra a maioria do imobiliário turístico, manteve-se resiliente e continuou a prosperar, muito graças ao mercado interno. Com a perspetiva de retoma de um quotidiano normal e a regularização das viagens aéreas, é expectável um crescimento das visitas de investidores internacionais a Portugal em 2022, seja em lazer, seja com o intuito de compra de imobiliário em Portugal. Isto porque Portugal continua a ser um destino de eleição, quer pela segurança, clima e qualidade mas também pelos programas de atração de investimento estrangeiro e o facto de ser ainda um mercado em crescimento, com bastante potencial de valorização, especialmente no setor imobiliário quando comparado como resto da Europa.Para o imobiliário turístico, programas como o Golden Visa serão um catalisador para um crescimento de transações em 2022. Apesar da alteração ao regime dos vistos Gold, imóveis habilitados para serviços como o imobiliário turístico continuam a ser viáveis para o programa como investimento imobiliário em todo o país, incluindo nos grandes centros urbanos como Lisboa, Porto e Algarve. Desta forma, prevê-se que a procura por parte de investidores internacionais com foco no Golden Visa se mantenha ao longo de 2022. Aliado à redução da oferta de investimento, com a retirada dos imóveis qualificados para habitação como elegíveis para o Golden Visa, irá certamente ter um impacto muito positivo neste setor.No mercado imobiliário mais tradicional, o programa de residente não habitual deverá continuar a crescer de forma sustentada, visto que Portugal continua a ser um destino com muito para oferecer a quem queira viver em Portugal.Na vertente financeira, o facto de as taxas de juro continuarem baixas torna o investimento imobiliário ainda mais atrativo. Tal acontece não só para o mercado nacional, como refúgio da inflação, como para os investidores internacionais que aproveitam estas condições favoráveis para realizar os seus investimentos imobiliários beneficiando de taxas reduzidas. As perspetivas futuras indicam que Euribor se vai manter em terrenos negativos até, pelo menos 2023, com os bancos a dar primazia aos créditos à habitação em detrimento do financiamento às empresas. Um outro fator, que tem sido bastante aproveitado por investidores internacionais, é o facto de hoje em dia cada vez mais bancos nacionais apresentarem soluções de financiamento à taxa fixa com prazos até 35 anos. Essas taxas estão longe dos valores praticados antigamente, de 5%, 7% ou mais, sendo hoje em dia possível encontrar taxas fixas de 2%, o que para o mercado internacional, com especial enfoque do norte da Europa, é um fator de grande relevância na hora de realizar o seu investimento imobiliário em Portugal. Finalmente temos o que pode ser crítico para uns e uma oportunidade para outros: o reduzido inventário disponível no mercado, aliado à inflação no custo de construção, que continuará a elevar o preço do imobiliário – é a lei do mercado da oferta e da procura. Com a expectativa do aumento da procura em 2022, e com a escassez de nova construção imobiliária (muitas vezes devido ao processo moroso de licenciamento), fará com que os preços continuem a subir. Esta é uma realidade para todo o mercado imobiliário, já que em 2022 não só teremos o PRR (Plano de Recuperação e Resiliência) a desviar empresas de construção para obras públicas, setor onde a mão de obra já é escassa, como se verificará a inflação a aumentar o custo de construção. Tendencialmente, os promotores vão apostar mais e mais no imobiliário de segmento médio/alto, por forma a obter preços de venda mais altos que justifiquem o aumento de custos. Desta forma o mercado imobiliário em 2022 vai certamente continuar a apreciar e registar novos máximos nos preços por metro quadrado seja novo ou usado. Em suma, os indicadores apontam que 2022 seja um ano de crescimento no setor imobiliário, quer através do mercado nacional, internacional ou mesmo institucional, como fundos internacionais. Portugal apresenta, assim, as características que potenciam o crescimento na qualidade e valor no setor imobiliário.

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