Onde vão querer trabalhar as futuras gerações?

Vivemos numa era em que a noção de trabalho está em constante transformação, não fosse o avanço exponencial da tecnologia e robótica e até mesmo as crises imobiliária e financeira mais recentes, que em muito contribuíram para a quebra da visão tradicional de emprego, como a de “emprego para a vida toda”. Tudo isto forçou as empresas a repensarem e remodelarem o formato dos seus negócios por forma a conseguirem sobreviver às alterações e pressões do mercado. A realidade do mercado de trabalho encontra-se numa fase de constantes transformações e os profissionais de todas as áreas têm o desafio de se irem adaptando a essas evoluções. Por exemplo, os mais recentes profissionais chegam ao mercado de trabalho e encontram uma versão diferente de estabilidade profissional, de mobilidade, de flexibilidade horária e até de contratos (como o freelancing), conceitos que nos últimos tempos se têm vindo a alterar. Apesar destas mudanças tão aceleradas que temos vivido, causadas pela revolução digital, não tenho dúvidas que nos anos vindouros, as gerações futuras encontrarão um mercado de trabalho ainda mais diferente e diversificado: a figura do funcionário que fica mais de oito horas por dia fechado num escritório dentro de um edifício corporativo deverá desaparecer com o tempo; a ideia da hierarquia no trabalho também deverá evoluir para uma horizontalidade em que diretores e funcionários trabalharão lado-a-lado e serão incentivadas as experiências e o contacto próximo entre colaboradores. O que é certo é que nos últimos anos, devido à crise imobiliária e à falta de espaços, têm surgido algumas alternativas interessantes no que toca a novos espaços de trabalho, como os coworking. Mas até os tradicionais espaços de cowork têm sido rapidamente substituídos pelos inovadores espaços de coworking diferenciados por clusters de atividade. Nestes, continua a ser estimulado o networking e a partilha de conhecimento entre colaboradores, mas as empresas que procuram estes espaços já não são apenas as startups tecnológicas. Já várias indústrias, como as culturais ou artísticas, se têm instalado em polos de coworking e é também nestes espaços que os novos profissionais se posicionam. Hoje em dia já não mais importa (e já nem compensa) ter escritórios de grandes dimensões, em que as empresas e/ou profissionais têm de pagar todas as facilities, limpeza, manutenção, telecomunicações, entre outros. Nos novos espaços de cowork, os profissionais pagam uma fatura ao fim do mês e têm tudo garantido com qualidade, estando disponibilizada uma vasta oferta de serviços e uma experiência diferente de trabalho. Para além disso, há uma troca de sinergias e uma partilha de conhecimentos e contactos entre várias empresas, muitas vezes de ramos de atividade diferentes, sejam grandes empresas multinacionais ou um pequeno profissional individual. As empresas têm vindo a aperceber-se das vantagens destes novos locais de trabalho para os seus negócios, já que estes promovem a interação entre os profissionais e a troca de experiências e perspetivas, assente em valores como a colaboração, a aprendizagem e a pertença a uma comunidade. Atualmente, colocam-se as mesmas perguntas que se colocaram nos séculos XVIII e XIX, com o aparecimento da máquina a vapor e a difusão da eletricidade: irão as máquinas substituir os seres humanos nas mais variadas profissões? Isso não conseguimos prever ainda, mas o que é certo que é os novos locais de labor vieram alterar profundamente as dinâmicas do mercado. Os coworking são mais que meros novos espaços de trabalho, são um novo tipo de cultura laboral que veio aumentar a colaboração e satisfação entre os trabalhadores e a sua produtividade, resultando em negócios mais rentáveis e em trabalhadores mais felizes.

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