Mais um ano positivo para o investimento imobiliário português

A última década trouxe uma nova vitalidade ao mercado e a sua evolução continua a permitir a identificação de conceitos alternativos que originam uma capitalização acrescida dos investimentos realizados. Desde 2014, verifica-se uma aceleração acentuada do investimento imobiliário trazendo a Portugal um momento sem paralelo na história do mercado nacional, sendo este revelador da vitalidade e um sentido de renovação do parque imobiliário, aportando assim uma responsabilidade acrescida a todos os players de mercado, sejam eles promotores, arquitetos, investidores, gestores ou mediadores. A cadeia de valor das propostas deverá ser reconhecida sobretudo pela qualidade dos produtos colocados no mercado, constituindo um elemento de diferenciação face a outros mercados mais massificados. Consolidado pelo processo de compressão de yield que atravessamos, os retornos providenciados pelo imobiliário continuam a atrair investimento. O mercado apresenta sinais de elevada liquidez, com fontes de financiamento de custo de capital baixo e com índices de procura elevados. Continuam a existir setores de mercado apetecíveis para vários tipos de investidores que já identificam setores nicho dentro das classes mais mainstream. Atualmente é notória a presença de gestores de fundos internacionais que adquirem ativos para os fundos que representam e, em contraponto, observa-se uma tendência de alienação de ativos por parte de players nacionais, tendência que pode vir a inverter-se por necessidade de reinvestimento do capital disponível. Sendo Portugal um excelente destino turístico, a hotelaria diversificou o mix de oferta para conceitos diferenciadores como uma alternativa a destinos mais consolidados, colecionando pelo caminho os mais diversos prémios de reconhecimento internacionais. Porém, importa salientar a expansão ajustada aos índices de procura e relembrar que a atração que o nosso país gera enquanto destino turístico assenta em pedras basilares como a localização geográfica, as condições climatéricas, a gastronomia ou a nossa famigerada afabilidade enquanto povo anfitrião. O turismo, tal como outros setores de atividade, desenvolve-se em plataformas imobiliárias mas é sem dúvida um negócio de pessoas e de experiências. O setor residencial continua a revelar uma elevada dinâmica na senda de anos anteriores, alavancado pela procura contínua de imóveis para habitação e caracterizando-se como uma área de negócio plena de oportunidades, não estando porém isento de desafios que permitam soluções que façam frente às necessidades atuais e aos preços praticados. Não obstante, da necessidade vem a oportunidade e a escalada de preços de aquisição tem vindo a inibir uma larga faixa quer social quer etária com intenções de aquisição de habitação própria permanente, sabendo-se que as necessidades de espaços residenciais variam consoante as diferentes fases da vida. Desta forma, a tendência do setor residencial é de subsegmentar em conceitos ajustados às necessidades de utilização a cada momento das nossas vidas. É expectável a consolidação de preços do segmento prime e multifamily bem como a competitividade no segmento de student housing por entrada de vários operadores no mercado. O desenvolvimento de sub-setores como o co-living, o micro-living e senior housing também é esperado, antecipando-se um elevado volume de transações do mercado residencial usado e de produtos de valor acrescentado como alguns projetos de reabilitação atualmente em pipeline. O setor industrial sofre uma forte pressão por índices de procura e por uma desadequação do parque industrial face às necessidades atuais, com particular incidência do fenómeno last mile e do aumento de atividade derivado de vendas online. As comunicações recentes de continuidade de estímulos à economia por parte do Banco Central Europeu e consequentes taxas de juro baixas irão manter o imobiliário como fonte alternativa de investimento. A estabilidade, a segurança e a qualidade de vida a baixo custo irão continuar a ditar Portugal como uma localização de elevado interesse para o investidor. As empresas vão para onde as pessoas estão e Portugal tem atraído não só as empresas mais consolidadas como também é considerado um “start-up hub” pelo que é visível a vontade das pessoas experimentar Portugal, de viver Portugal e de proliferar em Portugal. E é dos fluxos contínuos que advém a criação de riqueza. No mercado de investimento imobiliário, importa destacar a preponderância de investimento estrangeiro em Portugal. Em 2018, os investidores internacionais foram responsáveis pela quase totalidade do volume de investimento em Portugal e em 2019 é provável que os investidores nacionais tenham um papel mais ativo, no entanto o volume de investimento internacional deverá manter a sua tendência.

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