Empresas continuam a olhar para Portugal como um porto seguro

O ano de 2022 registou uma atividade histórica no segmento de escritórios em Portugal, confirmando de forma inequívoca o elevado grau de atratividade de destinos como Lisboa e Porto. Desde processos de relocalização de empresas, operações de expansão ou abertura de novas empresas, 2022 foi um ano de forte dinamismo onde as operações de pré-arrendamento tiveram um peso aproximado de 50% no total de volume de absorção verificado. Mas, em 2023, o cenário tende a ser um pouco diferente. Fruto das condições globais que vivemos atualmente, o otimismo deu lugar à incerteza. Poderá, no entanto, este panorama económico menos favorável alterar os planos de expansão dos ocupantes? A verdade é que esta tendência não se tem verificado no nosso mercado. Pelo contrário, as empresas continuam a olhar para Portugal como um porto seguro, deslocando operações de outras geografias para território nacional. É certo que os níveis de take-up de 2022 não serão alcançados não só devido à escassez de oferta de qualidade, mas também pelos pré-arrendamentos de 2022. Observando o volume de absorção contabilizado nos primeiros dois meses do ano, percebemos que ficou aquém do volume médio dos últimos cinco anos para o período homólogo. Por outro lado, e a jogar fortemente a nosso favor no âmbito do atual contexto económico e político, temos outros fundamentais que ditam uma tendência ascendente do mercado de escritórios relacionado com os mercados externos. Falamos de países localizados no leste europeu que outrora competiam com Portugal e que agora não são já vistos como uma das primeiras opções de escolha. Adicionalmente, do outro lado do Atlântico, são muitas as organizações norte-americanas que olham para Portugal como um destino perfeito que lhes permite reduzir custos e, facilmente, implementar as suas empresas em solo português. É imprescindível que Portugal continue o seu excelente percurso neste segmento, numa evolução pautada pelo otimismo.

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