A resiliência do CoLiving num ambiente de pandemia

A Smart Studios nasce em Portugal a 2015 com o conceito híbrido de CoLiving e PBSA, tendo criado um modelo de negócio à luz dos conceitos já existentes noutros países (Holanda, UK, Alemanha, Itália, etc.), adaptando-se à cultura e características do mercado Português. Os acontecimentos recentes vieram alterar todo o paradigma da economia. Esta pandemia gerou uma paralisação dos mercados: o encerramento de fronteiras fez diminuir drasticamente o número de estrangeiros em Portugal, acrescido do encerramento de universidades, que resultou numa diminuição das taxas de ocupação das residências de estudantes. Para agravar a situação, surgiu uma nova concorrência: os alojamentos locais/turísticos que se viram forçados a reinventar, passando os seus alojamentos para regime de longa duração. Este foi mais um desafio para a Smart Studios, que beneficiou da versatilidade do seu conceito híbrido e das suas ferramentas tecnológicas, que ajudaram a dar resposta a esta situação atípica, focando-se no target dos Young Professionals Portugueses e Estrangeiros. Por outro lado, devido ao encerramento dos hotéis, houve uma subida na procura de alojamento por parte de outro target: as empresas. Estas começaram a ter como principais requisitos para a escolha de alojamento, a existência de um co-working space para que os colaboradores possam trabalhar remotamente na residência onde vivem. A Smart Studios veio dar resposta a esse nicho de mercado, permitindo aos residentes trabalhar e viver no mesmo sítio, desfrutando de vários espaços comuns disponíveis. Adicionalmente, a Smart Studios investiu numa nova plataforma de reservas online com um processo totalmente tecnológico, incluindo assinaturas digitais, um “portal do residente” user friendly e personalizado a cada perfil, para o apoio ao cliente pós-reserva. Foram também implementadas as visitas virtuais, que possibilitam ao cliente visitar as infraestruturas (zonas comuns e apartamentos) sem precisarem de sair de casa. Adaptando-se ao “novo normal”, a Smart Studios continuou a apostar num atendimento personalizado, focado em perceber e esclarecer o cliente, pois apresenta-se perante um público mais receoso. Adotou também um acompanhamento mais próximo dos atuais residentes mantendo-os informados das medidas implementadas ao abrigo das sugestões DGS e pelos principais orgãos de estado. Acompanhou situações peculiares, dando resposta a necessidades específicas, como por exemplo, residentes que ficaram desempregados, apenas se sentiram desapoiados neste clima de incerteza ou simplesmente sós. Sou da opinião que no nosso sector, a pandemia veio enaltecer a importância da “Inteligência Imobiliária”, pelo que a Smart Studios coloca em prática o conceito agile thinking, que se reflete numa gestão flexível, adaptando-se às necessidades do mercado. A responsabilidade social foi crucial para a Smart Studios ultrapassar este período complicado e ganhar a confiança e fidelização dos seus clientes e stakeholders. Ficou mais uma vez provado que a Responsabilidade Social das empresas é uma vantagem competitiva para sobreviver e prosperar no futuro. Esta foi e será a principal ferramenta de sucesso: reinventar-nos e adaptar o nosso negócio à nova realidade. É este o conselho que dou a todos os gestores que se deparam diariamente com esta nova realidade. Esta rapidez na adaptação da estratégia e implementação da mesma, permitiram manter as taxas de ocupação da Smart Studios acima dos 95%. A titulo de opinião pessoal, aproveito para sugerir a leitura de um estudo muito interessante recentemente lançado pela Harvard Business Review acerca da liderança em tempos de crise: “How to LEAD in a time of crisis - Harvard Business review - Special Issue” e a formação de Executivos “Responsible Business - Próxima Fonte de Vantagem Competitiva” - da Universidade Católica Portuguesa.

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