A arte de fixar talentos

Por isso dizemos que, em Turismo, elas são o ativo mais importante, e é aí que se fará o grande investimento do século XXI. Se a questão dos recursos humanos é crítica em todos os setores económicos, o Turismo tem sido um dos principais afetados, porque foi de todos o que mais cresceu. Com o país na mira dos grandes fluxos turísticos, a procura por profissionais especializados intensificou-se ainda mais. No entanto, tem sido difícil encontrar resposta no mercado laboral – quer para funções de staff, quer funções de linha. Ora, não há dúvidas de que o Turismo mantém ainda a sua rota ascendente, sendo o verdadeiro percursor do crescimento da economia portuguesa. Estamos, por isso, num período de charneira, em que os profissionais ao serviço escasseiam e começam a estar no epicentro da equação como quem, em paralelo com outros fatores, “makes or breaks” um negócio. E as respostas não tardam a surgir. A busca por talentos, a sua conservação, motivação e valorização tornam-se hoje as linhas que tecem a gestão de recursos humanos em Hotelaria. Cabe, por isso, aos hoteleiros “alargar horizontes”, sondar/seduzir profissionais de outros nichos de atividade, mostrarem-se competitivos e dignos do risco que um salto de carreira acarreta. Várias vezes tem sido apontada a necessidade de alinhar as expectativas com a realidade do mercado de trabalho, havendo uma certa tensão entre os que consideram que a formação deve ser dada ao nível das escolas do setor e os que consideram que é nos próprios hotéis que se formam os profissionais. A verdade é que este é um desafio permanente, e que é entre esses dois mundos que na área do turismo e lazer (e noutras) se qualificam os bons profissionais. É, de resto, para potenciar as sinergias entre teoria e prática e facilitar a inserção na Hotelaria de talentos estranhos ao setor, que a Associação da Hotelaria de Portugal criou o AHP Hotel Academy, um programa que oferece aos colaboradores de hotéis associados formação nas mais diversas áreas da hotelaria: Línguas, Comportamento (as chamadas “soft skills”) e Operação Hoteleira. Porque investir nos talentos ao nosso serviço é o primeiro passo para mitigar os desequilíbrios do mercado e garantir um setor cada vez mais profissionalizado e qualificado.

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