2017: um ano positivo para todos os segmentos do setor imobiliário

Outras, tiveram que rumar para outras geografias, como o Porto, onde conseguiram encontrar mais facilmente soluções competitivas, comparativamente a Lisboa. Esta situação traduziu-se num aumento das rendas e num maior equilíbrio entre a oferta e a procura, incentivando o surgimento de novos projetos, a partir de 2018. A titulo de exemplo, tendo passado quase despercebido pela maioria das pessoas, escritórios que em 2015 se arrendavam, no Parque das Nações a 12,50€/m2/mês, estão agora a ser colocados a 17,50€/m2/mês, ou seja, um aumento de 40% em dois anos! No retalho, os centros comerciais tiveram uma melhoria da taxa de ocupação, devido ao dinamismo do mercado. Quanto às lojas de rua, que foram o principal dinamizador deste segmento, a procura manteve-se forte, assistindo-se a um crescimento nas rendas das melhores localizações, estando as geografias mais secundárias ainda excluídas deste movimento. Aqui, as mudanças na lei do arrendamento também contribuíram para essa regeneração do comercio e das próprias cidades. Por fim, na logística, que tem sido o parente pobre do imobiliário comercial, começa a sentir-se uma melhoria significativa, em termos de procura e até algum crescimento de rendas, nos melhores espaços disponíveis. Neste segmento, falta ainda a confiança para o retomar de soluções “chave na mão”, que poderão retornar em 2018. Esta dinâmica muito positiva, com condições financeiras de maior liquidez dos mercados, fez com que a área do investimento se tornasse mais robusta, quer na atividade, (poderá ser um dos melhores anos de sempre), quer nas rentabilidades, que se mantêm atrativas. Este cenário vem compensar as “yields” baixas, com claros crescimentos no rendimento dos imoveis, por via das rendas. Para 2018, a expectativa é de manutenção do atual clima de negócios, embora com algumas reticências sobre o efetivo impacto que poderão ter as medidas de “desalavancagem” dos mercados, por parte do Banco Central Europeu e do crescimento expectável dos níveis de inflação. De qualquer forma, mantendo-se o crescimento económico em Portugal e não havendo situações inesperadas (como infelizmente têm vindo a acontecer com mais regularidade do que seria desejável), 2018 deverá manter o “status quo”, apesar de em algumas áreas especificas, poder haver alguma correção natural do mercado, devido ao esgotamento de certos nichos que já esgotaram o seu potencial de crescimento. 2018 será seguramente um ano positivo e os sinais de maior disponibilidade da banca, vêm claramente contribuir, para o sentimento otimista que predomina.

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