Prioridades no novo ciclo económico e político para o mercado imobiliário

Neste novo ciclo, temos um Governo com capacidade reforçada e energia para grandes e profundas reformas, que poderão ajudar a combater o grave problema de habitação existente. As prioridades para o mercado imobiliário nestes novos tempos passam, portanto, por resolver velhos problemas, que vêm continuamente a impactar negativamente não só o setor imobiliário, mas também a captação de investimento estrangeiro, prejudicando Portugal e os Portugueses, consequentemente.É emergente um Governo com motivação para captar a mão-de-obra que o nosso país tão desesperadamente necessita – estima-se que atualmente faltem 70 mil trabalhadores nas obras – uma escassez que aumenta exponencialmente os custos de construção e impede novos projetos de avançarem. A construção representa ainda um trabalho pesado e não atrativo, sendo necessário uma dignificação desta profissão.Juntando a isto o aumento dos custos de contexto, aumento do valor das matérias-primas, aumento das taxas de juro e crescimento da inflação – a nossa carga fiscal em Portugal é absurda, comparando com o nosso país vizinho, Espanha. É imprescindível que o novo Governo trabalhe para resolver assuntos que já são antigos e só têm tendência a agravar. Necessitamos de medidas eficazes e corajosas, que realmente revolucionem o atual fardo fiscal, para que os promotores e investidores imobiliários consigam construir habitações acessíveis aos portugueses.Outro desígnio nacional deve ser a credibilização do arrendamento, tendo em conta que nos últimos 10 anos a sua legislação foi alterada mais de 10 vezes, sendo urgente uma estabilização deste regime, bem como a melhoria do seu sistema fiscal, nomeadamente na lógica a longo prazo. Atualmente, o mercado de arrendamento é composto por micro, pequenos e médios proprietários, pois os grandes promotores imobiliários, tanto nacionais como estrangeiros, não vêm ainda grandes vantagens em apostar nesta área, que é de altíssimo risco e de uma grande imprevisibilidade – é necessário criar condições para este mercado voltar a ser atrativo, reformulando o seu quadro legislativo e fiscal para que este se torne finalmente credível e essencialmente, interessante e produtivo.

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