O Governo está a equacionar a atribuição de um apoio direto às famílias com taxa de esforço superior a 35% e rendimentos até ao sexto escalão de IRS, para compensar a atualização de rendas. Esta solução foi avançada pela ministra da Habitação, Marina Gonçalves, na última reunião realizada com as associações de senhorios e de inquilinos, que se realizou a 21 e 22 de setembro.
Segundo informação avançada esta sexta-feira pelo Público, citado pelo Eco, o novo apoio equacionado pelo Executivo serviria para cobrir o valor da atualização das rendas em 2024, numa altura em que os proprietários rejeitam a imposição de qualquer travão a este mecanismo.
O primeiro-ministro já anunciou que em 2024 o travão à atualização das rendas vai ser diferente da medida adotada este ano, que limitou o aumento a um máximo de 2%. Segundo a TSF, o Governo estima que o apoio às rendas custe 250 milhões de euros no próximo ano: este apoio pode ser no máximo de 200 euros por mês e abrange pessoas com uma taxa de esforço acima dos 35% e rendimentos coletáveis até 38.632 euros (6.º escalão de IRS).
De acordo com uma sondagem realizada pela Associação Lisbonense de Proprietários (ALP), quase metade dos senhorios (46%) pondera denunciar os arrendamentos que tem no mercado assim que puder. Por outro lado, um quarto dos proprietários (25%) afirma que vai aumentar as rendas dos imóveis que tem vagos para compensar as perdas a que é obrigado a sustentar.