CIDADES INTELIGENTES E REABILITAÇÃO

Com a gestão efetiva dos recursos, através da gestão integrada, espera-se que as cidades gerem uma maior qualidade de vida para os cidadãos, diminuam o desperdício e melhorem as condições económicas. Dado que, em todo o mundo, a maioria das pessoas viverá em ambientes urbanos nas próximas décadas, não é surpreendente o enorme esforço e investimento que está a ser realizado no desenvolvimento de estratégias e planos para alcançar um crescimento urbano “inteligente, também com o imperativo de controlar as emissões de carbono. É, por isso, hora de reconhecer que os muitos esforços da cidade inteligente tem sido uma tendência a simplificar demais os problemas que enfrentam as cidades convencionais e a assumir que não é apenas a disponibilidade de infraestruturas tecnológicas de informação e de comunicação que hoje definem a cidade inteligente. As dinâmicas que impulsionam o imperativo de cidades mais inteligentes - incluindo robustez económica, mitigação da pobreza, cuidados de saúde evoluídos, melhores usos de recursos naturais, redução do crime e administração de território - são das maiores preocupações dos nossos dias e a capacidade de a tecnologia participar na transformação cidades é cada vez mais promissora. Neste contexto, a reabilitação e renovação urbana, através da reestruturação, em larga escala, de malhas, quarteirões e bairros concebidos e construídos no início a meados do século passado, constitui um grande desafio para as próximas décadas. Atualmente, o envelhecimento do parque edificado e os problemas sociais que o acompanham causam sérias ameaças à dinâmica de cidade e qualidade de vida nas zonas mais envelhecidas das cidades. São necessários programas de reordenamento e estratégia de desenvolvimento para elevar a qualidade dos alojamentos disponíveis e provocar uma “melhor combinação social” na população residente, abandonando uma politica de zonamento estratificado que foi ruinosa para a o desenvolvimento, harmónico e equilibrado, do território. Estes instrumentos representam, também, uma oportunidade para melhoria da eficiência energética tanto à escala do edifício como à escala urbana - absolutamente crucial para que as emissões de CO2 sejam reduzidas para níveis acordados nos múltiplos Tratados Internacionais. Isso explica algumas razões pelas quais são estimulados os governos nacionais e locais a implementar e desenvolver medidas de reabilitação territorial e do edificado. Esta necessidade levanta algumas questões importantes que urge discutir: O que é uma cidade sustentável e inteligente? Como é que os centros das cidades devem ser transformados? São as estratégias de demolição e substituição maneira mais eficaz e eficiente de atingir esse objetivo? Estas questões não são fáceis de responder, principalmente porque a sustentabilidade é um conceito multifacetado que não se traduz facilmente em definições e medidas concretas e precisas.

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