A lei que define o limite de 2% para a atualização de rendas para 2023 já está a causar impacto: mais de 800 famílias em Lisboa estão em risco de terem de sair das casas onde vivem, indica Vasco Brasão, da Associação pelo Direito à Habitação, de acordo com o Expresso, citado pelo Observador.
Os proprietários, que estão impossibilitados de subir as rendas mais do que os 2% fixados pelo Governo, opõem-se à renovação dos contratos e tentam obter um rendimento maior por via da celebração de novos contratos que aproveitem a subida média de 10% nas novas rendas.
Para Vasco Brasão as famílias «não conseguem pagar rendas mais altas», assim sendo «vão acabar por ser despejados assim que deixem de cumprir o pagamento de dois meses de renda», cita o mesmo órgão.
Alexandra Cachucho, advogada que presta serviço na Associação dos Inquilinos de Portugal, reafirma que os arrendatários «estão a ser confrontados com a oposição à renovação dos contratos» e que «o impacto da inflação e a desproporção entre a pouca oferta e a procura elevada tornam os valores de arrendamento incompatíveis».
De recordar que as rendas das casas por metro quadrado aumentaram 2,9% em setembro face ao mesmo mês de 2021, o que corresponde a uma aceleração face aos 2,8% de agosto, com todas as regiões a apresentarem subidas homólogas, segundo o INE.
De acordo com os responsáveis das associações de inquilinos