Nos últimos dez anos, o número de projetos de branded residences aumentou mais de 160%. Com mais de 690 projetos concluídos em todo o mundo, espera-se que mais 600 sejam entregues até 2030, informa a Savills no seu mais recente Branded Residences Report.
Em Portugal, este segmento tem vindo a expandir-se, conquistando mercados mais urbanos como Lisboa e Cascais, ou mais rurais, como a região do Douro ou do Alqueva.
«As branded residences diversificaram-se, deixando de ser exclusivamente orientadas para a hotelaria de luxo e passando a oferecer produtos em todas as escalas de cadeias hoteleiras. Assistimos igualmente a uma entrada de marcas não hoteleiras de uma vasta gama de setores, incluindo os espaços de moda, design e automóvel. As novas marcas que irão entrar no setor incluem a Dolce & Gabbana, a De Grisogono, a Mama Shelter e a Rare Finds», refere Rico Picenoni, Head of Savills Global Residential Development Consultancy.
Cenário dominado pelos hotéis
A partir de um cenário dominado pelos hotéis, a Savills estima que as marcas não hoteleiras representarão 20% da oferta total até 2030 – um aumento de cerca de 40% em relação aos níveis atuais. Em termos de marcas de hotelaria, embora as cadeias de luxo ainda representem dois terços dos projetos concluídos, as marcas de gama alta e de gama alta estão a aumentar a sua presença, prevendo-se que aumentem a sua quota de mercado em 50% e 70%, respetivamente.
Nos próximos anos, as branded residences deverão continuar a crescer a nível mundial, estimando-se um crescimento substancial nas cidades emergentes. A consultora estima que a procura de produtos de branded residence continuará robusta nos centros urbanos globais de negócios e de educação, uma vez que oferecem o estilo de vida e a cultura para os potenciais compradores e as suas famílias.
De acordo com o relatório, «é provável que a procura por parte de compradores internacionais cresça em destinos turísticos próximos das principais cidades com elevada concentração de riqueza, impulsionada pelo trabalho flexível e por uma maior prioridade às questões de bem-estar».
Luís Clara, Capital Markets Associate, Savills Portugal, refere que «em Portugal, «este mercado sempre esteve muito presente na região do Algarve e, por isso, muito associado a produtos de lazer, em contexto balnear e de resort, com uma importante componente de investimento/ retorno. Nos últimos anos, este segmento tem vindo a expandir-se para outras regiões do país, conquistando mercados mais urbanos como Lisboa e Cascais, ou mais rurais, como a região do Douro ou do Alqueva».
Paula Sequeira, Consultancy and Valuation Director, Savills Portugal, enfatiza que «do mesmo modo, temos vindo a assistir a uma diversificação do perfil de comprador, cada vez menos focado na componente de investimento/retorno, valorizando a utilização enquanto produto lifestyle. Neste sentido, a Savills tem assistido a um crescente interesse neste tipo de produto por parte de diferentes players como investidores, promotores e utilizadores finais, tendo assessorado diversos projetos na sua conceção (definição de posicionamento e “produto”) e posterior implementação, através de brand procurement».