Retoma do turismo só a partir de 2023, diz EY

Retoma do turismo só a partir de 2023, diz EY

O setor do turismo só deverá regressar aos níveis pré-pandemia depois de 2023, prevê a EY no seu mais recente estudo “Conhecer os desafios ajuda a encontrar o caminho?”, que faz uma antevisão dos principais desafios para Portugal e para os portugueses na segunda metade do ano.

No relatório, a EY refere que «o retorno aos níveis de atividade pré-pandemia só deverá acontecer a partir de 2023, implicando grandes desafios em matéria de solvabilidade e liquidez, que exigirão a continuidade dos apoios públicos».

A análise refere também que «o final da pandemia está no horizonte, mas o setor do turismo será talvez aquele em que a recuperação será mais lenta. A existência de medidas de apoio ao sector será fundamental para assegurar a existência de capacidade no pós-pandemia e o reforço da competitividade do setor».

O estudo deixa também algumas sugestões para os hotéis mitigarem os efeitos da pandemia, como a criação de salas com equipamentos «melhores do que os normalmente disponíveis em casa ou em ambientes empresariais menos sofisticados; alternativas racionais para realização de eventos ou reuniões de empresas; e a conversão de espaços de grandes dimensões em ambientes mais pequenos e informais».

Independentemente da área de atividade, a EY destaca que a pandemia pode ser «uma oportunidade única para um dos pilares fundamentais da economia nacional – as empresas familiares – reavaliarem os seus modelos de negócio. Devem considerar como fundamental a liquidez, a diversificação e a robustez do financiamento, assim como o planeamento de sucessão e o envolvimento das gerações mais jovens», pode ainda ler-se.

Sobre o papel do Estado na mitigação dos impactos da pandemia na economia, a EY destaca que as políticas fiscais e financeiras e as linhas de crédito disponibilizadas foram um balão de oxigénio durante a pandemia, mas considera que «é necessário antecipar o efeito do fim das moratórias no segundo semestre e implementar medidas de otimização da carga fiscal das empresas». Até porque, preveem os especialistas, «as operações de M&A (fusões e aquisições) no mercado português irão continuar a crescer», depois de terem atingido 3,1 mil milhões de euros até maio, de acordo com o Transactional Track Record.