Nesta zona da cidade, a autarquia pretende construir um total de mais de 95.000 m², correspondentes a cerca de 300 a 320 fogos, a maior parte dos quais a preços acessíveis. O investimento municipal previsto é de cerca de 44 milhões de euros, integrado no Programa Municipal de Promoção de Habitação Acessível. (32,4 milhões de euros para a construção do edificado e 11,4 milhões de euros estimados para a área envolvente).
De acordo com a autarquia, no primeiro dos dois concursos destinados à construção de cinco edifícios de habitação coletiva, referente aos edifícios A, B e C, o primeiro lugar foi atribuído ao projeto dos arquitetos Francisco Pinto, Maria Eduarda Souto de Moura e Francisco Pina Cabral. Pedro Ramalho, arquiteto presidente do júri a concurso, comentou que esta proposta «apresenta uma dinâmica entre volumes e uma aproximação morfológica e física à envolvente, evidencia uma sensibilidade às características do sítio urbano em que se insere, assim como uma preocupação com a relação que estabelece com o eixo do Campo Alegre/Diogo Botelho».
Por outro lado, o segundo concurso para construção do lote de edifícios D e E, foi vencido por Filipe Madeira e Vânia Saraiva. Manuel Fernandes de Sá, arquiteto e presidente do júri deste concurso, destaca a «competente e rigorosa na resposta aos diversos desafios que o programa de concurso apresenta (…). Tem um desenho cuidado e atento à vivência contemporânea», com especial atenção «às relações contínuas estabelecidas entre os espaços de cozinhar, de comer e de estar e na relação entre eles e o espaço exterior», cita a CMP.
Por fim, no terceiro concurso, que diz respeito à urbanização e reorganização paisagística da área envolvente, venceu a proposta conjunta de João Castelo Branco, Benedita Silva Pinto e Jorge Miguel Hugo Magalhães, que se «distingue por estruturar com clareza a área de intervenção, integrando um programa multifuncional e diversificado que multiplica as oportunidades de utilização do espaço», pode ler-se no relatório final do júri presidido pelo arquiteto paisagista Paulo Farinha Marques.
Cada um destes projetos vai receber como prémio do município um montante de 15.000 euros.
Estes concursos foram lançados em abril de 2020 e sofreram atrasos devido ao contexto pandémico. Segue-se agora a adjudicação dos respetivos projetos.
O maior concurso público das últimas décadas
Este é o «maior concurso público promovido pela Câmara do Porto nas últimas décadas», afirmou Pedro Baganha, vereador do Urbanismo, na sessão de atribuição dos projetos. Explicou que atribui mais de 1,5 milhões de euros em honorários: mais de 660 mil euros no concurso relativo à construção dos três edifícios, um montante superior a 500 mil euros no procedimento da construção dos dois edifícios e cerca de 464 mil euros no concurso das obras de urbanização.
No encerramento da mesma sessão, Rui Moreira, Presidente da Câmara do Porto, destacou que este projeto «vai ajudar a atenuar o problema da falha de mercado, entre a oferta e a procura».