A Câmara Municipal de Coimbra aprovou, em reunião do executivo, a alienação de dez prédios do domínio privado municipal em hasta pública, com um valor patrimonial de 2,5 milhões de euros. O objetivo passa por encaixar receitas extraordinárias e desonerar o município de «encargos com a manutenção regular destes imóveis», de acordo com a Lusa, citado pelo Eco.
A maioria dos imóveis são terrenos de pequena dimensão destinados à construção, com a exceção de dois terrenos de 780 metros quadrados e 405 metros quadrados na freguesia de Santo António dos Olivais e um terreno de 500 metros quadrados na União de Freguesias de Assafarge e Antanhol.
A proposta foi aprovada com os votos a favor da coligação Juntos Somos Coimbra (PSD/CDS/Nós/Cidadãos!/PPM/Aliança/RIR e Volt), uma abstenção da CDU e quatro votos contra do PS. A vereadora socialista Regina Bento considerou a atuação do executivo «contraditória», por alienar imóveis em zonas nobres da cidade e investir «na aquisição de terrenos fora da cidade para construção de habitação social em massa, quando poderia construir de forma desconcentrada e inclusiva».
O presidente da Câmara, José Manuel Silva, vincou que «a principal evidência de que os terrenos não têm sido úteis para a Câmara é o facto de estarem abandonados há anos». O autarca referiu ainda que o município não tem conhecimento de todos os seus terrenos, estando a tentar «fazer um levantamento» dos terrenos que são propriedade da Câmara, criticando a ausência de «registos do passado».
José Manuel Silva sublinhou que não faltam opções de investimento para eventualmente aplicar os fundos resultantes da venda dos terrenos, mencionando casos como a Oficina Municipal do Teatro, o Salão Brazil e a Casa do Cinema de Coimbra. O autarca também contestou a ideia de que a Câmara não está a investir em habitação social ou em arrendamento a custos controlados no centro da cidade, referindo que há vários investimentos em vista nesse sentido.