Estes dados constam do Occupier Survey 2019, divulgado pela CBRE, que analisa as respostas de vários responsáveis pelo imobiliário de mais de 100 empresas. O estudo mostra que as pessoas são cada vez mais determinantes na tomada de decisões imobiliárias.
Se no relatório de 2018 a redução de custos era o principal motor da estratégia imobiliária das empresas, o envolvimento dos colaboradores ocupava o 4º lugar. Este ano, a redução de custos cai para 4ª posição, e o envolvimento dos colaboradores ocupa a 2ª posição, seguido da atração e retenção de talento em 3º lugar. A otimização do capital humano está, por isso, no centro das decisões das empresas ocupantes.
Segundo a CBRE, mais de 1/3 das empresas, o dobro do valor do ano passado, encaram a escassez de oferta de espaços de escritórios e a dificuldade em encontrar as competências adequadas como um desafio estratégico. Em linha com os resultados de 2018, a disrupção da tecnologia (36%), a incerteza económica (43%) e o agravamento dos custos (31%) são também considerados grandes desafios pelos ocupantes.
Duarte Cardoso Ferreira, diretor de Arquitetura e Gestão de Projetos da CBRE, comenta que «o desafio enfrentado atualmente pelos ocupantes é perceber como a procura, arquitetura e gestão de diferentes localizações podem funcionar a favor da otimização do capital humano. Estes desafios são ainda mais cruciais em determinadas áreas, especialmente as que precisam de atrair talento digital ou data scientists, que são escassos e cuja procura é grande».
Segundo o Occupier Survey 2019, são 4 os principais vetores estratégicos através dos quais as empresas procuram maximizar a sua proposta de valor através do imobiliário, como forma de influenciar e atrair recursos qualificados, nomeadamente procurement e estratégia de fit-out, procura de soluções de espaço flexíveis, estratégia para potenciar a experiência do utilizador e a abordagem tecnológica.
Quase 60% das empresas inquiridas estariam dispostas a pagar mais 10% por um edifício que oferecesse serviços de apoio diferenciados de alta qualidade. Já o uso de espaço flexível como meio de atrair e reter talento subiu 10% face ao ano passado. E 70% das empresas pretende aumentar o nível de investimento na área da tecnologia aplicada ao imobiliário nos próximos anos.
«O desafio para as empresas é estabelecer uma abordagem eficaz na definição da estratégia imobiliária, mas no geral estão a ser feitos esforços no sentido de investir nos melhores ambientes possíveis que permitam tornar as equipas mais eficientes e, sempre que possível, mais felizes», conclui Duarte Cardoso Ferreira.