Investimento em residências de estudantes cresce 29% e deixa de ser alternativo

Investimento em residências de estudantes cresce 29% e deixa de ser alternativo

 

De acordo com o estudo “Student Housing Guide”, desenvolvido pela Cushman & Wakefield, o investimento em residências de estudantes aumentou 29% na Europa no ano passado, face ao ano anterior, num total de 13.600 milhões de euros.

Portugal segue a tendência, onde há já vários investidores interessados em adquirir residências de estudantes explorados por operadores profissionais, mas a fase inicial do mercado «tem vindo a limitar as transações, dada a escassez de produto adequado aos requisitos dos investidores», segundo a consultora.

No nosso país, a procura supera largamente a oferta deste tipo de alojamento, complementado por oferta complementar, mas «a recente evolução do mercado residencial em Lisboa e Porto provocou uma redução desta oferta complementar, em grande parte canalizada para o uso turístico, e um aumento muito considerável dos preços. Este enquadramento, em conjunção com o forte crescimento dos estudantes estrangeiros em Portugal (hoje cerca de 37.000 que traduzem um crescimento de 40% nos últimos 3 anos) potencia o interesse de Portugal para o desenvolvimento de residências de estudantes privadas, de forma a satisfazer a forte procura», explica este estudo.

A Collegiate é exemplo disso. Originária do Reino Unido, inaugurou no início do ano o seu priemiro projeto em Lisboa, e pretende expandir-se para outros pontos do país. Também a Milestone tem em desenvolvimento uma residência no Campus da Nova, com abertura prevista para este ano. A Nido Collection, com um portfólio de mais de 2.000 camas no Reino Unido, tem em desenvolvimento uma residência do Porto, com mais de 1.000 camas. A Smart Studios ou a UHub são outros exemplos destes investidores.

 

Espanha e Alemanha destacam-se no panorama europeu

Segundo o “Student Housing Guide”, a Alemanha destaca-se com a maior população estudantil da Europa e com o maior crescimento dos últimos 10 anos. Uma grande procura e um ambiente de investimento estável atraíram já vários players nos últimos 18 meses como a Brookfield, GIC, Allianz, BVK ou Harrison Street.

Por outro lado, em Espanha, foram investidos no ano passado 600 milhões de euros em transações de residências de estudantes, incluindo a venda de 2 grandes portfólios a novos investidores, a GSA e um consórcio composto pela AXA, CBRE GIP e Greystar. O país continuará a ser atrativo nos próximos tempos pelas suas universidades reconhecidas internacionalmente, pelo aumento do número de estudantes de outros países ou pela baixa disponibilidade de alojamento.