O desafio da neutralidade carbónica

Alcançar uma variação média da temperatura terrestre de 1,5º acima da era pré-industrial, até ao final do século, exige um investimento, necessariamente rentável, de grande complexidade técnica, construtiva e financeira. Se no início da industrialização (1800) a população era de 1 bilião de pessoas e 10% vivendo em aglomerações urbanas, temos hoje mais de metade da população mundial de quase 8 biliões a viver em centros urbanos (50% alcançado em 2007) sendo que nas sociedades industrializadas 80% vivem em centros urbanos.Assim se estima que em 2050 (data do objetivo de neutralidade carbónica) 70% da população, i.e. cerca de 6,5 biliões de pessoas, viverão em cidades. Cidades cuja dimensão e intensidade material é cada vez maior. Temos hoje mais de 30 megacidades, definidas como tendo mais de 10 milhões de residentes. Se a solução mais eficiente é sua incorporação na construção nova, é do stock construtivo existente que tem de vir a maior contribuição.Se lembramos que a tecnologia solar térmica necessitou de 30 anos para se afirmar, temos hoje o obrigatório desafio de sourcing de matérias-primas, produção e instalação da tecnologia fotovoltaica e com baterias acumuladoras a nível local, comunitário e mesmo doméstico em grande escala. Sem falar de temas como água, resíduos ou espaços verdes por exemplo.

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