Investimento

Bem-vindos a um Portugal diversificado e promissor!

É certo que as novas regras não chegam em bom momento - por mais resiliente que o mercado residencial mostre ser, ainda se sentem as consequências de uma pandemia que está longe do fim – e que irão impor severas restrições a um programa que, em oito anos, atraiu para o nosso país cerca de 5,6 mil milhões de investimento, só na compra de imóveis.

Vamos ter de viver com esta lei, é inegável, mas é também inegável a capacidade que o setor imobiliário tem para se adaptar a novas situações e ver oportunidades onde parece haver apenas más notícias. E o que não falta são bons argumentos para continuarmos a trazer investimento estrangeiro para o mercado português. Na Athena Advisers identificamos, pelo menos, cinco:

1) A excelente reputação que Portugal granjeou lá fora nos últimos anos. Uma imagem que se construiu com base nos fundamentals que fazem do nosso país um dos melhores para investir, residir, trabalhar ou passar férias. O sol, o povo, a qualidade de vida, a segurança, os elevados padrões dos nossos sistemas de saúde e de ensino… nada disso vai mudar e continuará a atrair muita gente em todo o mundo. Basta olhar para a quantidade de prémios que continuamos a conquistar ou os inúmeros editoriais em publicações de referência internacional, como a Forbes, a Condé Nast e tantas outras. É notável, por exemplo, que a projeção dada pela Web Summit a Portugal tenha incentivado a entrada no mercado imobiliário português de uma empresa americana que adquiriu o edifício Entreposto, de acordo com várias notícias recentes.

2) A descentralização do país será talvez um dos efeitos mais positivos das novas regras do Golden Visa, sendo esta, aliás, a lógica por detrás das alterações. É uma oportunidade para os candidatos ao visto, para os players do mercado e para o próprio território nacional. Portugal é rico em beleza natural, história, cultura, arquitetura e gastronomia e só porque algumas regiões não são atualmente valorizadas, não significa que tenham de manter-se sempre assim, desde que seja preservada a sua estética e identidade. O Golden Visa pode impulsionar o desenvolvimento local, resultando em ótimas oportunidades para quem for pioneiro a investir em zonas emergentes numa lógica de longo prazo, em que a criação de boas escolas e o investimento público em infraestruturas e equipamentos terão um papel fulcral. Entre as regiões mais promissoras estão os Açores, Madeira e algumas zonas da Costa Vicentina que assistirão a uma procura crescente nos próximos anos.

3) O teletrabalho será não só um importante motor da descentralização mas também um catalisador de investimento estrangeiro para as áreas elegíveis. A experiência dos confinamentos demonstrou que não são apenas os nómadas digitais que podem trabalhar de qualquer parte do mundo. Grande parte de nós o consegue fazer e os modelos híbridos que as empresas estão a adotar podem colocar Portugal no topo das escolhas na hora de decidir o melhor local para trabalhar. Isto porque as pessoas não verão necessidade de trabalhar num país frio, por exemplo, quando podem viver e trabalhar numa região com sol, praias e natureza e onde, ainda por cima, o custo de vida é mais baixo.

4) A compra de imóveis comerciais em Lisboa e no Porto continua a ser uma opção para efeitos de Golden Visa. Uma excelente notícia tendo em conta que temos vindo a denotar uma tendência crescente para a aquisição de ativos fora do segmento residencial por parte de investidores privados, em especial britânicos e norte-americanos.

5) Os cidadãos do Reino Unido, um mercado histórico e um dos maiores emissores de turistas para Portugal, são agora elegíveis para requerer o Golden Visa. Para os britânicos, aceder à cidadania portuguesa significa poder viver, trabalhar e estudar livremente em Portugal e, apesar do Algarve ser desde sempre o seu destino de eleição, acreditamos que haverá outras regiões, como a Comporta ou a Carrapateira, que irão despertar a sua atenção e que podem oferecer-lhes a qualidade de vida que procuram no nosso país.

Defendemos que a valorização da diversidade de Portugal é um fator chave na ascensão do regionalismo, mas o seu sucesso está dependente do respeito pelas regras do urbanismo e do paisagismo e pela autenticidade local. Só assim serão todos bem-vindos a este Portugal que tem tanto para oferecer.