O Chiado, em Lisboa, continua a ser a localização de comércio de rua mais cara do nosso país, mantendo-se no top 30 das mais caras do mundo, em 29º lugar, apesar de ter descido uma posição face ao ano passado neste ranking mundial.
A conclusão é do relatório “Main Streets Across the World”, agora divulgado pela Cushman & Wakefield, a 33ª edição deste estudo. O relatório foca-se nos valores de arrendamento prime em localizações urbanas de alta qualidade em todo o mundo que, em muitos casos, estão relacionados com o setor do luxo. Inclui uma classificação das rendas mais elevadas e apresenta o valor mais alto por país.
Nesta localização portuguesa, a renda prime do comércio de rua subiu ligeiramente, para os 1.500 euros por metro quadrado por ano, estando 4% abaixo dos valores registados no pré-pandemia.
Nos últimos dois anos, segundo a Cushman & Wakefield, o Chiado tem registado um elevado volume de novas aberturas, num total de mais de 5.700 metros quadrados de área útil em perto de 50 novas aberturas. Mais de 60% da área diz respeito ao setor da restauração, e 20% à moda.
Quinta Avenida (5th Avenue) rem as lojas de rua mais caras do mundo
De acordo com este ranking, a Quinta Avenida, em Nova Iorque, continua a liderar a lista, com o comércio de rua mais caro do mundo e rendas prime de 20.384 euros por metro quadrado por ano. Aqui, as rendas subiram 14% face ao pré-pandemia.
Em segundo lugar, surge a Via Montenapoleone, em Milão, que subiu face ao ano passado. Aqui, as rendas prime subiram 20% no último ano e 31% face ao pré-pandemia, atingindo os 18.000 euros por metro quadrado por ano, ultrapassando Tsim Sha Tsui, em Hong Kong, que desceu para o terceiro lugar, com uma renda de 15.219 euros por metro quadrado por ano – uma quebra de 4% face ao ano anterior e de 39% face ao pré-pandemia.
Em 4º lugar, surge New Bond Street, em Londres, com 14.905 euros por metro quadrado anuais, e em 5º os Campos Elísios, em Paris, com 11.414 euros por metro quadrado por ano. Integram ainda o top Ginza, em Tóquio; Bahnhofstrasse, em Zurique; Pitt Street Mall, em Sydney; Myeongdong, em Seoul; Kohlmarkt, em Viena, e Vaci Utca, em Budapeste, em 30ª posição, logo depois do Chiado.
Rob Travers, Head of EMEA Retail da Cushman & Wakefield, comenta que «a escassez de oferta em localizações de retalho super prime tem resultado em tensão competitiva quando surgem oportunidades raras, o que se reflete nos valores de arrendamento. Mesmo com preocupações sobre a redução dos gastos discricionários dos consumidores, os retalhistas têm garantido ou melhorado as suas lojas flagship (modelo) nos principais mercados», nota.
Retalho recupera dos impactos da pandemia
À medida que o mundo continua a recuperar dos impactos da pandemia, os principais destinos de retalho também continuaram a sua retoma, registando maioritariamente um aumento dos valores de arrendamento ao longo do último ano. Neste contexto, as rendas dos principais destinos de retalho global aumentaram, em média, 4,8% (em termos de moeda local) no último ano. O crescimento mais robusto foi registado na região da Ásia-Pacífico, com uma média de 5,3%, seguindo-se as Américas com 5,2% e a Europa com 4,2%.