Maia quer potenciar o papel dos privados como parceiros na reabilitação urbana

Maia quer potenciar o papel dos privados como parceiros na reabilitação urbana
Créditos: Mário Santos/CMMaia

Alavancado pelo investimento público, o investimento privado em reabilitação urbana na Maia tem-se multiplicado nos últimos anos. A Câmara Municipal da Maia tem «criado condições para a captação do interesse dos privados», reconheceu António Silva Tiago, Presidente da Câmara Municipal da Maia, que falava durante a conferência ‘Retrospetiva da ARU do centro da Cidade da Maia’, a última sessão de um ciclo de três conferências, moderada pelo jornalista Abel Coentrão. O autarca admite, contudo, que este investimento «ainda pode ser potenciado». «É precisa uma resposta ainda mais acrescentada» disse, explicando que o esforço público tem sido «enorme», mas que «a componente privada também é fundamental neste processo de reabilitação e de regeneração das cidades e dos centros urbanos. Temos 12 ARU’s no concelho, onde já interviemos em muitas delas, na parte pública, e queremos que haja uma correspondência na parte privada para que esta intervenção pública seja rentabilizada».

A trabalhar para o Município há mais de 30 anos, António Silva Tiago recordou um território «bastante descaracterizado», mas que «alterou-se». «Tento cuidar deste município com zelo e faço esse exercício todos os dias com uma vasta equipa de técnicos superiores e colaboradores da Câmara e, obviamente, também com as pessoas que estão lá fora, com os investidores e com os cidadãos».

Um aspeto sublinhado por Gonçalo Byrne, Presidente da Ordem dos Arquitectos, que desafiado a comentar a importância da arquitetura na regeneração da cidade destacou o papel dos técnicos superiores. «Na melhoria da cidade é tão importante o arquiteto que faz projetos como o arquiteto que está nas várias tutelas administrativas. Fazem parte do mesmo ciclo e são complementares entre si», disse.

A transformação positiva da paisagem urbana do concelho, não tem passado despercebida nem aos players económicos, nem aos habitantes que têm encontrado na Maia um território bom para viver, trabalhar, empreender e investir. «Quando perguntamos às pessoas o porquê de elas habitarem um determinado lugar, respondem apontando a necessidade de ter habitação, e que esta seja acessível, falam da necessidade de serviços, transportes e falam também do bem-estar, do ponto de vista individual, mas, também, coletivo», referiu Laura Roldão e Costa, arquiteta paisagista.

A reabilitação do antigo Bairro do Sobreiro, hoje Jardins do Sobreiro é caso paradigmático desta preocupação com o bem-estar. «Reabilitamos e regeneramos o antigo bairro. Requalificamos tudo o que é edificado e arranjamos o espaço público. As pessoas que ali vivem ganharam qualidade de vida quer nos fogos quer nos espaços públicos que habitam», explicou António Silva Tiago. «Este espaço é hoje mais apetecível» disse, acrescentando que este é um trabalho que «não está concluído». «Vamos ainda construir mais alguns equipamentos de apoio para que a dimensão social e a inclusão se façam de uma forma integral. Assente numa ideia de sustentabilidade económica, social e ambiental», concluiu.