De acordo com a análise processada pela Savills, o mercado de escritórios de Lisboa, apenas no primeiro trimestre de 2022, verificou um volume de absorção de 64.289 m2, num total de 45 operações fechadas, das quais 70% representaram uma mudança de instalações de empresas. Este crescimento na ocupação, face ao período homólogo, foi suscitado pela operação de pré-arrendamento de 28.000 m2 pela Fidelidade no Edifício Álvaro Pais, na zona de Entrecampos. Mesmo sem esta operação, o resultado seria 24% acima do mesmo período de 2021, confirmando ainda assim a tendência de crescimento pós-pandemia.
Ainda no decorrer deste trimestre foram realizadas 45 operações, revelando um crescimento de 66% face a igual período de 2021. A zona Prime CBD (Zona 1) registou 29% das operações, seguida pela zona do Parque das Nações (zona 5) e a do Corredor Oeste (zona 6), ambas com 18%. Alexandra Portugal Gomes, Head of Research da Savills Portugal, sustenta a tendência de crescimento e recuperação em relação a 2021, afirmando que «o regresso dos colaboradores aos escritórios é uma realidade confirmada. As empresas prosseguem a adaptação dos seus espaços e da sua localização às novas necessidades, situação que tem dinamizado a procura de mercado».
No que ao volume de absorção por setor de atividade diz respeito, destaca-se o setor dos Serviços Financeiros, com 30.458 m2 associados, em que 28.000 m2 foram ocupados pela Fidelidade e o setor dos Serviços a empresas, com 11.304 m2, dos quais 5.807 m2 foram preenchidos por um centro de escritórios na nova zona empresarial (Zona 3). A mudança de instalações foi responsável por 64% dos negócios, seguida pela expansão de área (20%) e o estabelecimento de novas empresas na cidade de Lisboa (16%). Face a 2021, registam-se resultados expressivos, porém, se excluirmos o negócio da Fidelidade, este trimestre fica 13% abaixo do registado em 2019, no período pré-pandemia.
No que toca ao mercado de escritórios do Porto, no 1º trimestre de 2022, verificou-se um volume de absorção total de aproximadamente 5.900 m2, resultante de 12 negócios, duplicando assim o resultado obtido no mesmo período de 2021. Destacam-se as zonas CBD Boavista e Out of Town, as zonas mais ativas, com 42% cada.
Alexandra Portugal Gomes manifesta que «este trimestre confirma o sentido de recuperação do mercado do Porto», o que são «boas notícias» para Francisco Megre, Offices Consultant da divisão do Porto da Savills Portugal, «que refletem o aumento da procura por parte de empresas nacionais e internacionais, sendo que estas últimas vêm diretamente à região do Porto à procura de talento. A zona prime da Boavista será sempre uma opção óbvia para quem se quer instalar nesta região, no entanto, a zona Out of Town representará com maior frequência a oferta de novas opções».