Medidas do simplex “trazem desafios para a segurança jurídica”

A mediação imobiliária terá um papel fundamental na garantia da segurança jurídica.
Patrícia Santos, CEO da Zome.

As medidas do Simplex Urbanístico têm como objetivo simplificar os processos de licenciamento, mas também trazem desafios para a segurança jurídica. Neste sentido, Patrícia Santos, CEO da Zome, sublinha que é «essencial encontrar um equilíbrio entre simplicidade e segurança jurídica para assegurar o bom funcionamento do mercado imobiliário».

Segundo a responsável, «ao eliminar a necessidade de apresentar a ficha técnica de habitação e a autorização de utilização na hora de comprar ou vender um imóvel, pode agilizar as transações, mas também aumenta o risco de adquirir propriedades com problemas legais ou técnicos, que podem dificultar o acesso ao crédito habitação ou a realização de obras».

De forma a evitar esses problemas, «é recomendável que os consumidores e os profissionais verifiquem a situação legal e a qualidade do imóvel antes de fechar o negócio. A ficha técnica de habitação e a autorização de utilização são documentos que comprovam esses aspetos», considera Patrícia Santos.

A mediação imobiliária terá um papel fundamental na garantia da segurança jurídica das transações, dado que os mediadores «devem informar e orientar as partes envolvidas sobre os documentos necessários e os procedimentos legais, bem como verificar a conformidade do imóvel com o fim pretendido».

Patrícia Santos destaca algumas vantagens do diploma, como «a limitação do âmbito regulatório municipal garantindo a uniformização dos elementos instrutórios e que ainda será reforçado com a implementação da Plataforma Eletrónica dos Procedimentos Urbanísticos (PEPU), em 2026, o que irá agilizar bastante os projetos de construção».