Lisboa lidera as preferências dos indivíduos com elevado património na Europa

Lisboa lidera as preferências dos indivíduos com elevado património na Europa
Fotografia de Claudio Schwarz, Unsplash.

Os indivíduos com elevado património estão a considerar mudar-se para a Europa ou dentro da Europa, com as principais localizações a serem as cidades ao invés das áreas costeiras. No que às urbes diz respeito, Lisboa é a mais popular, seguida de Londres e Madrid. Quem o diz é a Quintela + Penalva | Knight Frank, através do seu associado Knight Frank em Londres, no estudo European Lifestyle Report.

Dublin e Barcelona completam o top 5. Já Chamonix lidera os mercados fora das grandes cidades, com o Algarve a ocupar o quarto lugar. De acordo com o relatório, enquanto os mais jovens optam por Londres, a geração Z/Boomers tem os olhos postos na capital portuguesa. E entre aqueles que escolhem Lisboa em detrimento de outras cidades europeias estão cidadãos do Brasil, Reino Unido e Estados Unidos da América. Relativamente a compras efetivas, brasileiros, franceses e norte-americanos ocupam os três primeiros lugares, respetivamente.

Cuidados de saúde, escolas internacionais e rede de transportes continuam a ser as prioridades para quem se quer ou está a mudar, sendo que as principais motivações são as oportunidades de negócios e a estabilidade financeira, a par dos incentivos fiscais. A estabilidade política, social e pessoal ocupa o terceiro lugar, seguida do estilo de vida aquando da reforma e da qualidade dos cuidados de saúde. No ano passado, os impostos foram um fator menos decisivo, surgindo em terceiro lugar, atrás de segurança/privacidade e empregabilidade.

A tendência renovada pela vida urbana, observada no relatório, contrasta com a preferência na era da pandemia por resorts e refúgios alpinos. A isso, soma-se outra realidade: quase metade dos inquiridos mais facilmente compraria uma casa ou moradia, fazendo deste o tipo de imóvel residencial de eleição. Seguem-se os apartamentos e as penthouses, só depois as propriedades rurais.

Kate Everett-Allen, Head of Europe Residential Research da Knight Frank, comenta que “os ricos sempre tiveram opções, mas nunca as exerceram com tanta urgência e volume. Sabemos que o total global de indivíduos de alto património líquido que estão a mudar-se para outros países ultrapassará os seis dígitos este ano. O que estamos a testemunhar é mais do que apenas uma mudança demográfica. É um reflexo de uma remodelação fundamental do panorama da riqueza global – impulsionada por atritos geopolíticos, uma recalibração dos regimes fiscais e uma nova era de maior mobilidade”.

Os dados analisados resultam de um inquérito feito pela equipa da Knight Frank a mais 700 HNWI (sigla para “High Net Worth Individuals”, que remete para indivíduos com um património líquido superior a 1 milhão de dólares) de 11 países e territórios, isto é, Reino Unido, Estados Unidos da América, Bélgica, França, Alemanha, Itália, Irlanda, Países Baixos, Portugal, Espanha e Suíça. Em conjunto, os inquiridos representam mais de 30 nacionalidades.