Acesso a amenities, a internet de alta velocidade e uma boa vista estão no topo das prioridades dos compradores de habitação em Portugal, conclui um estudo recente da Savills, “What Buyers Want”, que analisou as tendências de compra de casa em Portugal, França, Itália e Espanha.
De acordo com este estudo, o espaço exterior, como varandas ou pátios, também é muito importante para os potenciais compradores que procuram casa em áreas urbanas. Quem procura casa em áreas rurais dá prioridade às grandes áreas de jardim.
A procura por mais área é uma das principais motivações para a compra, segundo este estudo. 58% dos inquiridos preferem uma residência principal numa área rural, valor que sobe para os 80% quando se trata de uma segunda habitação.
Os compradores portugueses em particular (86%) dão maior importância à proximidade da praia, em detrimento da comodidade do imóvel. Esse valor desce para os 77% em Espanha.
Por outro lado, a proximidade de um grande aeroporto é importante para 75% dos compradores em Portugal e 65% dos compradores em Espanha.
70% dos compradores consideram a eficiência energética uma característica importante do imóvel, dos quais metade afirmou que a sustentabilidade dos materiais da construção é também importante.
Ricardo Garcia, Residential Director, da Savills, refere que «este estudo vem ao encontro do que temos sentido por parte de clientes compradores, internacionais e nacionais. No que diz respeito a clientes internacionais, nomeadamente britânicos, os compradores têm-se focado, não só nos locais anteriormente procurados, mas também em novas zonas e para um tipo de habitação mais virada para o espaço exterior e que acomode home office».
Por outro lado, «no mercado interno, a tendência é um equilíbrio entre trabalho no escritório e working from home, o que fez com que os compradores nacionais adicionassem ao apartamento central e funcional uma segunda habitação, em que podem usufruir de um maior espaço interior e exterior», explica.
Piscina e área de trabalho ganham relevância
77% dos compradores de casa em Portugal afirmaram dar maior importância a uma piscina, grupo que dá também grande importância à proximidade de instalações desportivas (70%) e a um campo de golfe (63%).
Com mais pessoas a trabalhar em casa devido à pandemia, 27% dos inquiridos afirmou que este fator influencia a sua decisão de compra. 74% espera trabalhar a partir de casa pelo menos uma vez por semana.
Alexandra Gomes, Associate Market Research da Savills Portugal, comenta que «o contexto de pandemia vivido nos últimos 12 meses acabou por vir acelerar algumas tendências que já vinham a ser observadas e que agora ganharam um novo ímpeto e importância. A questão do trabalho remoto que veio possibilitar trabalhar a uma distância maior do local do trabalho, a constatação de que grande parte dos espaços residenciais não estavam preparados para a realidade do trabalho a partir de casa, a necessidade de estarmos mais rodeados de espaços verdes que nos transmitam uma sensação de liberdade e ao mesmo tempo segurança, são tudo fatores que agora entram na lista de fatores a ponderar dos compradores e fazem parte de uma nova equação».
Britânicos procuram segunda habitação em Espanha e Portugal
A compra de segunda habitação, nomeadamente para férias, é uma das principais prioridades para os compradores do segmento alto. 37% afirma que é essa a razão pela qual procura comprar um imóvel.
Jelena Cvjetkovic, Diretora da Savills Global Residencial, refere em comunicado que «a pandemia de Covid-19 trouxe mudanças na forma como as pessoas vivem e trabalham, alterando o que os compradores consideram importante nas suas casas. Desde a procura de mais espaço, a necessidade de conectividade para facilitar o aumento do trabalho doméstico, até ao aumento da consciência ambiental, os resultados destacam as tendências que se estão a desenrolar nos mercados residenciais a nível global».
Os britânicos são atualmente quem mais compra segundas habitações em Espanha (57%) e em Portugal (47%). Os portugueses pesam 15% nesta equação.
Paul Tostevin, Diretor da Savills World Research, acrescenta que «o aumento do trabalho remoto significa que os proprietários passarão mais tempo nas suas segundas casas. Isto pode significar que estão preparados para viajar mais longe, abrindo, por sua vez, uma maior variedade de destinos de segunda casa».