INS: Estrangeiros continuam interessados no imobiliário português

Apesar dos constrangimentos impostos pela pandemia, os investidores internacionais continuam interessados e a comprar no mercado residencial português, e as dificuldades de mobilidade não impedem os negócios.O testemunho é de Francisco Próspero, CEO da INS Portugal, imobiliária boutique que atua essencialmente na região de Lisboa e da Linha de Cascais, segundo o qual «muitos clientes adquiriram casas nesta fase da pandemia, conseguiram vir a Portugal para visitar os imóveis. São sobretudo clientes que já conheciam o país e os locais onde queriam investir. Com uma ou duas visitas, conseguem decidir, e as vendas têm-se concretizado».Em entrevista à Vida Imobiliária, explica que, com a pandemia, «as pessoas deram outro valor à casa e à sua utilização. Começaram a procurar mais espaços exteriores, grandes terraços, varandas, casas com jardim, piscina, condomínios com zonas de lazer começaram a ser elementos de decisão essenciais para os nossos clientes, muitas vezes mais que o fator financeiro».Moradias e terrenos estão a ter grande procura, nomeadamente por parte dos clientes estrangeiros. «Muitos são investidores que querem colocar as casas no mercado de arrendamento ou recuperam e vendem a clientes internacionais», afirma Francisco Próspero.Por outro lado, «existe uma grande comunidade que já vive em Portugal também, que trabalham remotamente. Temos qualidade de serviços de tecnologia e internet considerados muito bons. A nossa simpatia, o clima, a beleza do país, a gastronomia, são elementos que as pessoas valorizam muito. A distância a vários países da Europa e a localização do aeroporto no centro da cidade, tudo isso facilita a opção por Portugal para trabalhar».O responsável considera que o fim dos “vistos gold” não deverá afetar o negócio da imobiliária: «os nossos clientes já têm o visto e não estão preocupados com isso, vêm para Portugal especificamente porque querem cá viver, e podem obter residência através do investimento ou de outras formas que não são a compra de imóveis. Na nossa faixa de mercado isso não se deverá transformar num problema». E completa que, se o instrumento for estendido a outras zonas do país, «pode ser positivo para outros mercados que usam o visto para garantir residência», como a China ou o Médio Oriente.Sobre os desafios que a pandemia trouxe, Francisco Próspero destaca que «as nossas dificuldades foram enfrentadas no ano anterior à pandemia. Fizemos um grande investimento a partir de 2018 no rebranding da empresa, incluindo obras nos nossos escritórios e investimos na formação dos nossos profissionais, para que possamos estar onde estamos agora. Temos mais força e resiliência».

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