Faturação da Century 21 sobe 33,6% e supera os 100 milhões

Faturação da Century 21 sobe 33,6% e supera os 100 milhões
Fotografia de Freepik.

A Century 21 Portugal fechou o terceiro trimestre deste ano com 5.245 transações de venda e 1.516 contratos de arrendamento, aumentos de 3,3% e 11,1%, respetivamente, face ao mesmo período do ano passado. Após um ano de forte aceleração, a rede observa sinais de estabilização no número de transações, num contexto de valorização contínua dos imóveis, sobretudo fora dos grandes centros.

O volume total de vendas atingiu 1,32 mil milhões de euros, mais 21% do que em 2024, e o preço médio das casas subiu para 264 mil euros, refletindo a valorização dos imóveis vendidos.

Entre janeiro e setembro, a mediadora somou mais de 15 mil transações de venda, num volume de vendas superior a 3,6 mil milhões de euros, e 4.200 arrendamentos. O ritmo de atividade manteve-se sólido, com subidas de 15% nas vendas, 28% no volume transacionado e 6% nos arrendamentos face ao ano anterior. O preço médio dos imóveis situou-se nos 246 mil euros, enquanto a faturação da rede ultrapassou os 104 milhões, crescendo 33,6% em termos homólogos.

De acordo com Ricardo Sousa, CEO da Century 21 Portugal, “o mercado mudou de escala, mas está a estabilizar. A procura mantém-se firme, tanto a nível nacional como internacional, embora com geografias e perfis de clientes diferentes. O valor médio das casas em venda continua a condicionar a concretização dos negócios e ainda existe alguma resistência dos consumidores em ajustarem os seus critérios (localização, características, etc.) de pesquisa, para adquirirem os imóveis que estão no mercado ajustados ao seu poder de compra”.

O crédito à habitação totalizou 105,2 mil milhões de euros em agosto de 2025, segundo o Banco de Portugal, refletindo um aumento moderado face ao ano anterior. Embora as condições de financiamento apresentem sinais de ligeira melhoria, a Century 21 denota que a taxa de esforço (DSTI) das famílias continua a ser o fator determinante na dinâmica do mercado, condicionando o valor do imóvel que podem adquirir de acordo com as regras macroprudenciais. 

Desde novembro de 2023, com a descida das Euribor e a alteração da taxa stressada de 3% para 1,5%, o poder de compra dos portugueses tem vindo a melhorar progressivamente, mas essa evolução continua a ser insuficiente para permitir às famílias adquirir habitação nas zonas de maior procura, refere a mediadora imobiliária.

Ricardo Sousa sublinha que “a rede Century 21 tem procurado adaptar a sua carteira de imóveis em venda às necessidades da procura, reforçando a presença em segmentos e localizações onde os portugueses efetivamente conseguem comprar casa. A inversão da tendência registada no terceiro trimestre é um sinal de maturidade do mercado, que agora cresce de forma mais equilibrada e sustentável”.

Menos discurso e mais execução: é isso que determinará o futuro da habitação em Portugal”.

Numa análise mais ampla, o responsável pela Century 21 Portugal recorda que “cabe à política, à ciência e aos media a frontalidade para admitir que não há soluções rápidas para aumentar a oferta acessível e a habitação social nas áreas mais pressionadas. O foco deve estar em reformas estruturais de médio e longo prazo – desde o planeamento urbano metropolitano e a coordenação intermunicipal, até ao licenciamento único e 100% digital, com prazos vinculativos e transparência. É urgente atualizar códigos de construção, industrializar o setor, reforçar a mobilidade urbana e criar um mercado de arrendamento robusto, previsível e com segurança jurídica”.

Ricardo Sousa acrescenta ainda que “é com base em métricas objetivas, como o rácio entre preço da habitação e rendimento líquido, os tempos de deslocação ou os prazos de licenciamento, que se deve medir o progresso. Menos discurso e mais execução: é isso que determinará o futuro da habitação em Portugal”.