A decisão de comprar ou arrendar casa depende da situação de cada família, e da disponibilidade da oferta nas várias zonas do país. Mas um estudo recente feito pela Remax conclui que a aquisição de um imóvel para habitação pode, em geral, ficar menos dispendioso que a opção do arrendamento.
De acordo com os mais recentes dados do INE analisados pela rede, em cada 100 casas transacionadas, apenas 32 foram arrendadas. No conjunto das casas disponíveis em março na rede Remax, 29.669 imóveis destinavam-se a compra, e 1.957 a arrendamento (94% vs 6%). Lisboa representa 27,5% das habitações disponíveis para compra a nível nacional, e 2/3 da oferta em arrendamento, sendo o único distrito que apresenta uma proporção significativa de opções de arrendamento: em cada 7 casas disponíveis, uma está para arrendar. Mas, excluindo a capital, só uma em cada 33 casas está disponível para arrendamento.
Tomando o exemplo de uma renda de 900 euros mensais referente a um imóvel num prédio urbano em Lisboa, e fazendo o cálculo a 35 anos, ao montante global de 378.000 euros de rendas é possível subtrair 17.570 euros correspondentes aos benefícios fiscais de 15% das rendas suportadas a descontar no IRS (502 euros ao ano). A despesa total ao fim desse período seria de 360.430 euros.
No caso de compra do mesmo imóvel, e partindo do pressuposto que este custaria 195.000 euros, o exemplo tem recurso a crédito bancário a 35 anos (2 titulares) para o financiamento de 80% do valor da habitação, com um spread de 1% e Euribor a 6 meses (-0,580%), a que se somam os custos notariais (485,92 euros), o Imposto Municipal sobre as Transmissões (4.562,78 euros), imposto de selo sobre a aquisição (1.560 euros) e imposto de selo sobre o crédito (936 euros). Nos anos seguintes, para além da amortização dos 156.000 euros pedidos ao banco, com o seguro de vida (4.329,50 euros), o seguro multirriscos-habitação (1.241,10 euros), o Imposto Municipal sobre Imóveis (20.475 euros) e o condomínio (8.400 euros), o total a pagar seria de 250.491 euros pela aquisição do imóvel residencial. Neste exemplo da Remax, o encargo pode nem atingir 70% do custo de a arrendar, com uma poupança mensal de cerca de 260 euros.
Se forem comparados todos os imóveis habitacionais disponíveis, a diferença pode ser ainda maior, já que «a existência de muitas moradias nas zonas interiores do país, com preços relativamente acessíveis, faz descer significativamente a diferença de preços entre as duas modalidades. O concelho de Lisboa revela ser o menos atraente para essa comparação, pois ainda que seja a região com mais e melhor representatividade de stock, é onde genericamente se registam as maiores diferenças, os maiores rácios compra versus arrendamento», explica a Remax em comunicado.
Beatriz Rubio, CEO da Remax, salienta que «para cada opção, comprar ou arrendar uma casa, há vantagens, contudo na aquisição de uma habitação própria há benefícios que sobressaem. Desde logo as taxas Euribor, que estão em mínimos históricos, assim como a atual competição pelo spread mais baixo entre os bancos».
Considera que «é certo que arrendar sai mais caro do que comprar e sendo uma casa um bem de primeira necessidade, será sempre vendível. Ter uma casa é possuir uma reserva de capital, que traz segurança e estabilidade; permite ainda flexibilidade de opções como mudar o espaço, as divisões, as cores e até dar-lhe outro propósito, como arrendar a terceiros e ainda, trata-se de uma poupança a longo prazo».
A CEO da Remax destaca que «as vantagens de comprar casa conjugam fatores determinantes: bom negócio na aquisição do imóvel, a poupança que terá na renda e os custos a longo prazo. É vital que num processo de compra, venda ou arrendamento de uma casa existir uma visão profissional associada ao negócio, só conseguido com a ajuda de um especialista no mercado».