Assinado pelo atelier ARX, o projeto em causa será resultado de um investimento de 25 milhões de euros, e composto por 2 edifícios com 28 apartamentos com piscinas, ginásio e estacionamento em cave. Foi o possível impacto visual na colina da Graça, a partir do Miradouro da Senhora do Monte e do Martim Moniz, e dúvidas relacionadas com as caraterísticas geológicas do terreno levaram a oposição na CML a adiar a primeira votação em dezembro de 2018, conta o Público.
Já nessa altura o Terraços do Monte tinha sofrido algumas alterações face ao projeto inicial, e voltou a ser alterado entretanto. Nomeadamente, as piscinas do telhado foram substituídas por coberturas ajardinadas, e a área de cedência ao município aumentou, passando a estar previsto um logradouro impermeável de usufruto para os residentes.
Ana Jara, vereadora do PCP, que se absteve, considera que estas alterações representam «a vitória de um sentido crítico que muitas vezes não vinga. Temos muitos exemplos de coisas que são discutidas e não têm este desfecho».
José Cardoso Botelho, CEO da Vanguard Properties, comenta que «tudo neste projeto foi submetido a um escrutínio rigorosíssimo. Não vejo nenhuma razão para haver qualquer tipo de dúvida sobre ele».
O mesmo jornal recorda que o projeto de arquitetura foi aprovado antes de a Assembleia Municipal se pronunciar sobre a petição que deu entrada em fevereiro deste ano, subscrita por vizinhos do local, que pretendiam impedir a construção pelas preocupações com a estabilidade dos terrenos. Na mesma rua, Damasceno Monteiro, houve um aluimento de terras em fevereiro de 2017.
João Pedro Costa, vereador do PSD, também levantou questões sobre as vistas e as piscinas no telhado. A seu pedido, foi feito um estudo geológico do local que, segundo José Cardoso Botelho, garante a segurança da edificação. Mas os subscritores da petição criticam a «opacidade da autarquia» sobre o processo.
Os terrenos em causa tratam-se de um conjunto de lotes que a CML comprou até 1980, transferidos para a EPUL, extinta em 2015. O terreno voltou à posse da CML, que o vendeu em 2016 em hasta pública por 3,1 milhões de euros, e foi comprado pela Vanguard Properties poucos meses depois, por 4,6 milhões de euros.
O projeto é também obrigado à cedência de espaço para o alargamento da rua Damasceno Monteiro, que naquele local não tem passeio. José Cardoso Botelho explica que «este edifício vai permitir enquadrar a rua, porque aquela situação, como está, não é digna para a zona».
A construção do Terraços do Monte está prevista para o primeiro trimestre do próximo ano.