“Chegou a hora de concretizarmos o trabalho que tem sido feito”

Marina Gonçalves, ministra da Habitação.
Marina Gonçalves, ministra da Habitação, discursa na IV Conferência da Promoção Imobiliária.

Marina Gonçalves, ministra da Habitação, marcou presença na IV Conferência da Promoção Imobiliária esta quinta-feira, garantindo aos centenas de profissionais presentes na conferência que «chegou mesmo a hora de concretizarmos o trabalho que tem sido feito, e que demorou o seu tempo, mas isso também é natural». A Conferência da Promoção Imobiliária é uma iniciativa da APPII - Associação Portuguesa de Promotores e Investidores Imobiliários, com o apoio da Vida Imobiliária.

“Temos de pensar como concretizamos habitação de forma rápida e acessível”

Ao destacar a importância de ser «muito gratificante poder partilhar este trabalho em conjunto» com os profissionais do setor, «será ainda mais gratificante com a concretização do trabalho no terreno», diz a ministra da Habitação. Quanto aos projetos de parceria, considera que o programa Mais Habitação «bebeu muito desta interação que temos tido nos últimos temos» e que, para sermos parceiros, «temos de pensar como concretizamos habitação de forma rápida e acessível, e como fazermos que esta operação encaixe na vocação das entidades e dos promotores e de sustentabilidade das suas operações. E a equação não é fácil de fazer».

“Mais Habitação vem dizer que não se resume só ao papel do Estado”

A ministra reitera que o Mais Habitação «vem dizer que não se resume só ao papel do Estado: estamos a reforçar o parque público, mas não queremos substituir a dinâmica privada ou cooperativa». Considera que «durante décadas o público fez muito pouco, é uma resposta que estamos a reforçar». O programa apresentado pelo Governo tem também a componente do licenciamento «que é muito importante pela eficácia temporal, por isso tem simplificação das operações urbanísticas, clarificação de vários procedimentos», sublinha Marina Gonçalves, acrescentando que o programa inclui também a questão da cedência de terrenos e que «conhecemos o exemplo de Madrid, com projetos que são também mais sustentáveis pela sua dimensão».

“Somos parte de uma emergência nacional que é o acesso à habitação”

Hoje «temos também um pacote fiscal com incentivos mais robustos, que não dá benefícios só porque sim, queremos incentivar e garantir que os projetos são sustentáveis no seu todo», admite a ministra da Habitação, reforçando que «trabalhamos também no financiamento, na segurança no arrendamento, estabilidade, nesta legislação que estamos a construir: todas estas dimensões pressupõem que criemos respostas que respondem efetivamente às necessidades das famílias».

Assim sendo, Marina Gonçalves enfatiza que podem «contar connosco para continuarmos a fortalecer este trabalho e este diálogo que tem sido muito importante para chegarmos a bom porto. Fomos evoluído muito e, o debate de hoje, foi mesmo garantir que somos parte de uma emergência nacional que é o acesso à habitação». Neste sentido, «temos mais trabalho a fazer» apontando à «questão das rendas, que não se colocou ainda no debate na especialidade, ainda não é o tempo, mas percebo a preocupação».

«Este tem de ser o ano de aprovar a legislação a concretizar no terreno em 2024», afirma a ministra, reforçando que «possamos ser efetivamente parceiros na concretização deste direito fundamental à habitação», uma vez que «precisamos de concretizar tudo isto e todos vocês são fundamentais para isso».

Carolina Roca, presidente da ASPRIMA, encerrou a IV Conferência da Promoção Imobiliária, concluindo que «somos quase iguais, temos os mesmos problemas em todo o território de Portugal e Espanha», concordando que um dos problemas é a subprodução de habitação: «estamos na cauda da Europa nisto, passando por todos os problemas do licenciamento, de financiamento».