A pandemia provocou um impacto abrupto a nível global, o que levou as cidades a reagir de forma complexa e distinta para cada mercado. O conflito armado na Ucrânia, trouxe também incerteza geopolítica renovada, contribuindo assim para as pressões inflacionistas e o aumento do custo de vida que se vive.
Os últimos dois anos atravessados, levaram as pessoas a repensar as suas prioridades, particularmente quando se trata de como e onde vivem, como indica o estudo Savills Impact 2022. No panorama do mercado de arrendamento, registou-se uma boa recuperação na segunda metade de 2021, sendo melhor desempenho dos últimos sete anos alcançado em apenas seis meses.
Para certos compradores, a aquisição de propriedades recai sobre o bem-estar e saúde que proporcionam, como o ar purificado, materiais naturais ou comodidades para descanso. O mercado de Lisboa é um exemplo disso: «o clima favorável de Lisboa e a proximidade às capitais europeias fazem com que este seja, atualmente, o destino preferido dos nómadas digitais», refere o estudo Savills Impact 2022.
Ricardo Garcia, Diretor Departamento Residencial da Savills Portugal, salienta que «nos últimos dois anos o mercado residencial foi dos segmentos imobiliários que mais provou a sua resiliência. Portugal e o mercado de Lisboa não foram exceção ao que assistimos noutras realidades europeias. Entre 2020 e 2021 foram vendidas mais de 300 mil em casas em Portugal, volume que teve uma diminuição muito residual face ao período de 2018-2019, período pré-pandemia. Na Área Metropolitana de Lisboa, observou-se uma descida de 7%, facilmente explicada pelas restrições de mobilidade durante os períodos de confinamento. Mas a atratividade do nosso mercado residencial nunca foi colocada em causa, com uma procura que deseja agora espaços mais funcionais, flexíveis e que permitam uma vivência direcionada para um estilo de vida mais saudável»