«O Porto hoje já não é uma interrogação é uma certeza», afirmou Ricardo Valente, vereador da Economia, Turismo e Comércio da Câmara Municipal do Porto, durante a conferência “Why Porto? A atração internacional do Porto e o impacto no mercado imobiliário”, que decorreu ontem no âmbito da Semana da Reabilitação Urbana do Porto.
A Invicta «tem uma atração enorme, há cada vez mais projetos a chegar à cidade. 60% dos investidores são internacionais. E há uma dispersão enorme em termos de nacionalidades dos investidores. Isto quer dizer que o Porto tem capacidade para ser vendido em 30 países diferentes», apontou o vereador. Por isso mesmo, «o investimento empresarial já é tão importante como o investimento puro em imobiliário e turismo».
Ricardo Valente afirma que o objetivo da autarquia é «desenvolver a cidade do talento», pois «é isso que torna Portugal único». A ideia passa por construir uma plataforma de talento, o Porto.fortalent, além de expandir Universidade do Proto e criar um novo campus internacional.
E deixa o aviso: «as cidades que não apostarem no digital ficarão para trás. O desafio das cidades vai ser desenvolver a nova economia, que precisa de novos e maiores escritórios e de talento. Precisamos de oferta de escritórios e espaços para construir».
Num painel dedicado às novas tendências do mercado de escritórios, na qual também participou João Leite Castro, sócio da Predibisa, Leonor Magalhães, da Blug, alertou que a nova oferta necessária terá de estar em linha com as novas tendências dos espaços de trabalho, pois «a forma como trabalhamos hoje é diferente de ontem e será diferente da forma como trabalharemos amanhã», alertou. «Hoje é importante criar edifícios onde as pessoas trabalhem felizes». Caraterísticas como boas infraestruturas de comunicação e conectividade, ambiente “eco conscious”, localização ou acessibilidade 24 horas por dia são algumas das mais procuradas pelas empresas.
Investimentos em escritórios crescem no Porto
No pipeline dos novos investimentos imobiliários na Invicta estão os escritórios, um setor de atividade que está em expansão, e que vai “arrastar” a habitação, com o aumento de trabalhadores na cidade - «é uma ótima oportunidade de negócio», afirmou durante a mesa redonda de debate Tiago Violas, CEO do grupo Violas Ferreira, que partilhou na ocasião a experiência do projeto do Palácio dos Correios, cuja comercialização começa em breve.
Gilles Emond, Head of Real Estate da Ageas em Portugal, que tem nova sede no Porto, confirmou o seu interesse na cudade e a importância do talento, afirmando que «enquanto investidor, procuramos oportunidades para comprar no Porto». E Paulo Guedes, da Critical Teckworks, partilhou que «o que trouxe a empresa para o Porto foi a existência de um grande talento em engenharia, a localização, e a capacidade de captação de talento».
Carlos Góis, em representação da Sodexo, destacou a importância da «excelente» acessibilidade do Porto, além de que «conseguimos ter preços muito competitivos e mais baixos que no resto da Europa. No Porto, venceu o mix “acessibilidade, preço e talento».
Dando a sua experiência, Duarte Aires, da Vetor Mais, afirmou que os novos escritórios têm de pensar nos colaboradores para melhorar a retenção de talento - «mais do que a estética, a funcionalidade é muito importante».