Pessoas, preços e turismo: investidores seguem rumo ao Porto

Pessoas, preços e turismo: investidores seguem rumo ao Porto

Esta foi uma das principais conclusões da última conferência da Semana da Reabilitação Urbana do Porto, que se realizou na última sexta-feira, sob o mote “Os investidores à descoberta do Porto!”, organizada em conjunto pela Vida Imobiliária e pela CBRE.

A Invicta tem hoje uma nova dinâmica de notoriedade e atração de investimento. Cristina Arouca, responsável de Research da CBRE, contextualizou na ocasião que já foram investidos cerca de 200 milhões de euros em imobiliário comercial no Porto este ano, e mais operações devem ser fechadas até ao final do próximo mês. Só o setor dos escritórios somou os 120 milhões investidos, o maior volume de sempre. Sem surpresa, 85% do investimento é internacional. Luís Mesquita, também da CBRE, acredita que «o investimento vai continuar a aumentar» nomeadamente nos setores «que tenham camas».

Exemplo disso é a NIPA Capital. Patrick Grasso explicou que «o talento qualificado e o preço são atraentes, foram os fatores macroeconómicos que nos trouxeram ao Porto, onde há investimos há um ano. A qualidade de vida é também muito importante». Já Alexandre Mansour, da Optylon, encontrou no Porto «turismo a crescer, hospitalidade, cultura, foi um mix de fatores que pesaram na hora de investir no Porto».

 

O momento de investir “massivamente” em habitação

Apesar (e devido) à grande procura, continua a não haver oferta suficiente de habitação no Porto, um problema que público e privado devem resolver juntos. E há quem acredite que «chegou o momento de investir massivamente em residencial para a classe média».

É o caso de Rui Ávila, administrador do Grupo Ferreira, que defende que o “best use” «aponta para a habitação e não tanto para a hotelaria». Também Armando Lacerda Queiroz, da Finangeste, diz acreditar «no mercado de arrendamento para todas as idades», mas que os atuais preços dos imóveis «são um desafio para conseguir ter rendas que as pessoas possam pagar». Já Manuel Puerta da Costa, Board Member do BPI Gestão de Ativos, lembra que «a oferta não aparece de um momento para o outro, temos de trabalhar em conjunto».

«O nosso papel passa por criar condições a nível administrativo para que os investidores consigam instalar-se na cidade», afirmou Ricardo Valente, vereador do pelouro da Economia, Turismo e Comércio da CMP. Por isso mesmo, a autarquia está focada na criação do novo Plano Diretor Municipal. «Queremos acabar com os constrangimentos de densificação da cidade»

Por seu turno, Henrique Carvalho da Silva, da Clip Hotel, alertou para as questões burocráticas que dificultam os processos e «impedem de avançar com os investimentos», nomeadamente os de média dimensão. Mas acredita que o Porto «vai continuar a crescer muito».