Esta foi uma das principais conclusões do Encuentro Inmobiliario “Portugal como oportunidade de investimento imobiliário”, um evento do Observatorio Inmobiliario e da Vida Imobiliária, do grupo Iberinmo. O encontro realizou-se a 10 de setembro, no auditório da Uría Menéndez, em Madrid, e foi uma oportunidade de reflexão sobre as perspetivas do mercado imobiliário português, que se consolida como uma opção para os investidores e promotores.
Na ocasião, Ricardo Guimarães, diretor da Ci, contextualizou que os índices de preços da habitação em Portugal continuam a crescer cerca de 15% ao ano, um dado muito relevante na medida em que «Portugal já não é uma oportunidade barata para investir, o que significa que o mercado português é maduro e isso tem um preço».
Por seu turno, Ricardo Sousa, CEO da Century 21 Iberia, apontou que zonas próximas a Lisboa, como Amadora, Sintra ou Odivelas, apresentam algumas das melhores oportunidades de investimento, nomeadamente devido às suas acessibilidades e desenvolvimento urbano. Por outro lado, o Porto soma mais oportunidades de construção de habitação nova. No Algarve, o foco é o investimento estrangeiro.
Para Nelson Rego, Managing Director da Prime Yield (Gloval), além do setor dos escritórios e hotelaria, há que salientar o mercado industrial e logístico, que deverá ser uma tendência para o próximo ano. É uma oportunidade ainda por explorar, acredita.
A oportunidade das SIGI
Criado o regime das Sociedades de Investimento e Gestão Imobiliária, surgem novas oportunidades no mercado de investimento, apesar de que as SIGIs portuguesas precisarão de um longo período de maturação para serem equivalentes às SOCIMIs espanholas.
Foi o que explicaram os sócios da Uría Menéndez – Proença de Carvalho, Marta Pontes e Francisco Cunha Ferreira, que afirmam «vimos o êxito das SOCIMIs em Espanha e queremos que se repita em Portugal».
Este evento reuniu em mesa redonda de debate representantes da ASPRIMA, APPII, Millennium bcp ou Explorer Investments. Daniel Cuervo, diretor geral da ASPRIMA, partilhou que espera que os promotores espanhóis continuem a investir no mercado português, e assegurou que o surgimento das SIGIs vai possibilitar o impulso das SOCIMIs espanholas. José Araújo, da Direção de Negócio Imobiliário do Millennium bcp, alertou para o facto de que é necessário analisar «o tipo de garantias que dão às SIGI, porque até agora, para os bancos, não foi nada de transcendental».
Mas as oportunidades estão em Portugal. Pedro Seabra, Partner Real Estate da Explorer Investments, salientou que há dinheiro e inquilinos para investir em Portugal, mas a falta de construção especulativa está a atrasar o mercado, em particular o de escritórios. Hugo Santos Ferreira, vice-presidente executivo da APPII, destacou o aumento do investimento em terrenos nas áreas metropolitanas para projetos de construção nova.