A Nhood surge para criar, revitalizar e transformar ativos imobiliários de uso misto, bairros e cidades, contribuindo para uma nova visão urbana e para a melhoria da qualidade de vida. O plano é somar um investimento de cerca de 1.000 milhões de euros a nível global em 9 países até 2023, e Portugal está incluído, com projetos mistos (retalho, habitação ou escritórios) no valor de mais de 500 milhões de euros em pipeline até 2025, incluindo cerca de 1.700 novas habitações.
Esta nova empresa de serviços insere-se no ecossistema da Associação Familiar Mulliez (AFM), formalizando uma nova organização global. A Ceetrus manterá a propriedade dos ativos imobiliários do grupo como até agora, e vai controlar a Nhood, que reúne as principais áreas de negócio do setor imobiliário e vai apostar no apoio a empresas, marcas e parceiros públicos e privados proprietários de imóveis na criação de valor dos seus ativos para organizar, co-criar e transformar os seus espaços de forma mais resiliente e sustentável.
Séverine Boutel Bodard será a CEO da Nhood Portugal. Na apresentação da empresa, sublinha que «vamos comercializar, gerir, desenvolver e dinamizar espaços imobiliários de uso misto para diferentes proprietários, acelerando a transformação destes ativos à luz da criação de um triplo impacto positivo: para o planeta, pessoas e proveitos».
Portugal é «um mercado estratégico» para a empresa a nível global, «devido ao seu potencial de aceleração da transformação das cidades». Nos próximos 5 anos, a Nhood quer «criar e transformar vários ativos imobiliários em diferentes cidades no país, estando já identificadas oportunidades e projetos em mais de 15 localizações», entre as quais Alfragide, Alverca, Amadora, Barcelos, Canidelo, Carnaxide, Cascais, Castelo Branco, Corroios, Famalicão, Maia, Montijo, Portimão, Porto, São Mamede de Infesta, Santo Tirso, Setúbal e Sintra. Mas a ideia é gerir um portfólio de cerca de 500 milhões de euros, criando mais de 3.000 postos de trabalho associados.
«Em cada local, queremos intervir para reabilitar de forma sustentável e responsável, para pensar nas gerações futuras. Partimos de cada cidade para projetar ao longo do tempo espaços dinâmicos e conectados para aqueles que vivem, trabalham e ou simplesmente vão a estes locais para conviver», explica a responsável, que destaca também que «estamos comprometidos com o nível local: queremos escutar, incluir e co-criar. Ao consultarmos os locais, ouvirmos as suas histórias e construirmos com eles, estamos a gerir investimentos com geração de impacto. Em Portugal vamos trabalhar fortemente no conceito da cidade dos 15 minutos, com espaços diversificados que permitam às pessoas beneficiar da proximidade a tudo o que necessitam, com um planeamento sustentável como forma de potenciar a qualidade de vida dos portugueses».
Em declarações à VI, a responsável esclareceu que «a Nhood vai gerir projetos de uso misto, alguns com uma componente de retalho mais forte, outros com uma maior componente residencial, outros com área de escritórios com maior peso. Parte destes projetos trazem densificação e diversificação a locais já existentes na carteira de ativos dos seus clientes». Outra opção vai passar por terrenos «que ainda não têm desenvolvimento associado, existindo ainda casos em que é solicitado à Nhood o procurement de espaço ou terreno, para necessidades concretas de desenvolvimento de negócio no país».
Os projetos portugueses da Nhood terão «um foco muito grande no desenvolvimento do conceito, do projeto e promoção imobiliária. Existe sempre uma componente de criação de conteúdo para o projeto, no que à área comercial diz respeito, com a negociação e vínculo de cada um dos stakeholders ao projeto numa perspetiva comercial». E explica que «depois do desenvolvimento e arranque do projeto, ambicionamos assegurar uma continuidade por via dos serviços de property management, como garante de uma gestão de acordo com os objetivos de cada proprietário, na sua ativação, no garante de uma gestão operacional eficiente, e continuo acompanhamento comercial do projeto».
A Nhood quer também assegurar o uso de energias renováveis, quer nos locais atualmente geridos pela Nhood quer nos novos projetos.
Uma estratégia global “aplicada localmente”
A Nhood estima um potencial de desenvolvimento de mais de 4 milhões de metros quadrados nos 9 mercados onde vai estar presente, cerca de um terço dos quais dizendo respeito a projetos de habitação.
Na apresentação da empresa, os responsáveis da Nhood explicaram que a ideia passa por criar a chamada “15 minute city”, uma cidade/comunidade onde todos os serviços necessários estão a 15 minutos de distância. Garantem que «não haverá “one size fits all”, tudo depende de cada território, das autoridades locais, da população. Será uma estratégia global aplicada muito localmente», explicou Etienne Dupuy, CEO da Nhood.
Atualização às 15h23 de 27 de janeiro com declarações de Séverine Boutel Bodard