«Esta nossa entrada na bolsa de Lisboa é exemplo do valor estratégico que Portugal tem para nós. Esperamos que este passo permita aumentar a visibilidade e reputação da nossa marca no país, e que permita um acesso direto com custos mais baixos a uma das maiores empresas imobiliárias do panorama europeu para os investidores portugueses», comentou na cerimónia de admissão Ismael Clemente, vice-chairman e CEO da Merlin Properties.
Segundo o responsável, «a Merlin começou a sua atividade em 2014 com o objetivo estratégico de ser uma empresa ibérica, com forte presença nos mercados espanhol e português. Volvidos 5 anos e meio, somos a maior sociedade imobiliária da Península Ibérica. A nossa carteira inclui escritórios, centros comerciais dominantes e urbanos, ativos logísticos».
No nosso país, «através de aquisições muito seletivas, construímos uma carteira de ativos com uma qualidade ímpar em Portugal, que em valor ascende a mais de 1.000 milhões de euros. Temos como clientes algumas das maiores empresas no plano nacional, como a Novabase ou a Galp. Queremos ser inovadores e diferenciadores, tanto a nível da qualidade como do serviço que prestamos».
Para Isabel Ucha, da Euronext, a cotação da Merlin em bolsa representa «uma nova forma através da qual os investidores portugueses podem estar mais expostos ao mercado imobiliário de rendimento. A Merlin é pioneira neste tipo de cotização, e esperamos que outras empresas lhe sigam o exemplo, nomeadamente SIGIs».
Acompanharam esta operação enquanto advisors o Banco Santander Totta, enquanto Listing Agent e Linking Agent, a JB Capital Market e a Garrigues.
Presença em Portugal pode vir a duplicar
Esta carteira portuguesa representa atualmente cerca de 10% do portfólio da Merlin, mas Ismael Clemente afirma que o objetivo é «continuar a aumentar o peso relativo do país e a qualidade da nossa carteira».
Esta percentagem poderá mesmo duplicar a exposição da Merlin em Portugal, atingindo os 15% a 20% da sua carteira, ainda que isso possa acontecer só numa próxima fase de ciclo. As novas aquisições em Portugal estão em cima da mesa, mas deverão acontecer a prazo, e em função das oportunidades que surgirem. E, para já, a criação de uma SIGI não está nos planos da empresa.