O documento, divulgado pela Worx, mostra que França, Alemanha e Reino Unido concentraram as maiores quotas de investimento do velho continente, representando um total de 2/3 do total do volume de negócios registado em 2016.
No entanto, foram também estes os países que registaram a maior quebra no investimento em relação ao ano anterior. O Reino Unido registou uma quebra homóloga do volume investido em imobiliário comercial de 28%, a Alemanha de 7% e França 2%.
Os escritórios registaram um decréscimo anual de 6% do investimento, num total de 106.000 milhões de euros, 46% do total investido. O retalho, por outro lado, teve uma retração maior, de 22% face a 2015, com o volume de negócios a chegar aos 57 biliões de euros. O setor de industrial e logística concentrou 25.000 milhões de euros de investimento.
Em 2016, os investidores estrangeiros representaram 48% do volume total investido, uma tendência que «vem decrescendo desde o início do ano», nota o relatório. Os europeus representaram 41% do total, num volume de 45.800 milhões de euros. Já os americanos decresceram 38%, num total de perto de 26.000 milhões de euros, representando 24% do total investido por estrangeiros na Europa.
Segundo o BNP Paribas Real Estate, «a fixação de preços e as incertezas políticas conduziram os investidores à procura de altos rendimentos através de estratégias oportunistas e de valor agregado», e a adotar «uma estratégia de “wait and see” em relação à Europa. Consequentemente, os investimentos cross-border registaram uma quebra de 19%, atingindo os 110 biliões de euros em 2016».
No ano passado, os grandes negócios representaram menos no “bolo” total de investimentos, num total de 43% em comparação com os 48% do ano anterior. O volume de negócios abaixo dos 20 milhões de euros manteve-se estável.
Na reta final do ano, os valores das prime yields continuaram a decrescer, consequência dos valores de liquidez ainda abundantes no mercado de capitais. Apenas no Reino Unido sofrem uma pressão de subida, com Paris a registar a prime yield mais baixa, de 3,5%, e Lisboa a mais elevada, de 5,5%.
Pedro Rutkowski, CEO da Worx, comenta em comunicado que «apesar das incertezas políticas europeias e desafios económicos, o ano 2017 vai trazer para os principais mercados, o mercado de investimento continua com uma forte dinâmica».
Segundo este responsável, «continuamos a assistir a uma procura pelo produto de rendimento imobiliário, que atualmente oferece yields mais competitivas e mais segurança comparativamente aos produtos financeiros. Portugal está a viver um bom momento no mercado de investimento e tem sabido posicionar-se junto dos investidores internacionais que apresentam atualmente elevados níveis de liquidez».
Acredita que «os resultados alcançados em 2016 comprovam a recuperação gradual do mercado que se espera manter ao longo deste ano, com um forte arranque no mercado e investimento já no 1º trimestre».