Quem o diz é um estudo recente da JLL, segundo o qual a atividade de investimento imobiliário comercial permanece «robusta» apesar da incerteza e dos desafios económicos e geopolíticos mundiais, sendo de prever que o volume total investido ronde os 700 biliões de euros, acima dos 650 registados no ano passado, retomando assim os níveis de 2014 e 2015.
O ranking liderado por Nova Iorque inclui também Londres, Los Angeles, Paris, Tóquio, Washington DC, Seoul, Chicago, Hong Kong, e Singapura, a encerrar o top 10, com Frankfurt em último lugar da lista. Os mercados dos EUA permanecem fortes, já que o país tem 16 das 30 cidades do top para investimento imobiliário em 2016, com Nova Iorque a liderar com mais de 33,1 biliões de dólares transacionados no ano passado, ou Los Angeles em 3º lugar com 15,7 biliões de dólares investidos. Washington DC, Chicago ou São Francisco integram também a lista.
Cada vez mais o imobiliário comercial é uma alternativa para o capital institucional, à medida que estes investidores têm um maior foco em oportunidades geradoras de yields mais elevadas (portanto, um maior retorno). Por outro lado, vão surgindo novos investidores de origens tão diversas como Taiwan ou a Malásia. E o capital estrangeiro deverá chegar a representar mais de 50% de toda a atividade de investimento internacional até 2020.
Para David Green-Morgan, JLL Global Capital Markets Research Director, «o novo capital direcionado para o imobiliário é apenas parte da história. Os investidores imobiliários experientes também estão a alocar mais dinheiro para oportunidades de investimento direto em imobiliário», e tratam-se de grupos «bastante experientes e conhecedores dos processos de alocação de capital, pelo que terão capacidade para alocar montantes bastante elevados no setor de forma relativamente rápida», prevê.
Esta análise da JLL nota que uma das tendências mais desafiantes para o imobiliário comercial é a emergência da China como um dos principais players dos mercados imobiliários globais, um destino que já ultrapassou os EUA como o maior comprador internacional de ativos imobiliários comerciais a nível global.
“Novas Cidades Globais” ganham importância
À medida que escasseiam os ativos core em cidades mais “tradicionais” a nível de investimento, como Nova Iorque, Londres ou Paris, surgem as chamadas “Novas Cidades Globais” enquanto alternativa, metrópoles de média dimensão que se destacam em setores altamente tecnológicos e de elevado valor, com boas infraestruturas, qualidade de vida e práticas de negócio transparentes, que resultam numa atividade imobiliária dinâmica, como é o caso de Estocolmo, Bruxelas, Oslo, Viena ou Dublin, na Europa, ou Boston, Dallas e Seattle nos EUA.
«Apesar de existirem mais cidades do que nunca no radar dos investidores, estes continuam a estar esmagadoramente focados nas cidades mais transparentes e líquidas, integradas em economias maduras”», explica Jeremy Kelly, JLL Director, Global Research. «Existem grandes oportunidades para as cidades emergentes captarem uma maior parcela do capital dirigido ao imobiliário, mas para isso têm de melhorar significativamente a transparência», adverte.