O investimento imobiliário comercial atingiu os 321 milhões de euros no terceiro trimestre deste ano, elevando o volume total investido desde o início do ano, até setembro, para 1.053 milhões de euros, menos 40% face ao registado em igual período do ano passado.
Os números foram apurados no âmbito do relatório Marketbeat Snapshot da Cushman & Wakefield, que resume a atividade imobiliária comercial em Portugal durante o terceiro trimestre do ano.
Nestes três meses, as principais transações disseram respeito à compra do centro comercial La Vie Funchal pela Square Asset Management à ECS Capital e Oitante por 60 milhões de euros, ou a compra pela Arrow dos hotéis Hilton Vilamoura e Vilamoura Garden à DK Partners, por um valor entre os 45 e os 51 milhões de euros. De acordo com a Cushman & Wakefield, estas transações «contribuíram para a consolidação da prevalência dos setores de hotelaria e retalho, que respetivamente representam 46% e 39% do volume total do trimestre, e cerca de 40% cada entre janeiro e setembro».
Assim, neste período acumulado, os escritórios representaram um volume de investimento de 418 milhões de euros, o retalho de 392 milhões, a hotelaria 271 milhões, e o industrial/logístico 42 milhões de euros.
Depois de vários aumentos consecutivos nos trimestres anteriores, as yields prime mantiveram-se estáveis em todos os setores durante o 3º trimestre. Ainda assim, apesar de os valores atuais estarem no patamar dos 4,75% para os escritórios e comércio de rua, 5,5% para a logística e 6,25% nos centros comerciais e 6,75% nos retail parks, «é expectável uma nova correção em alta no final do ano», segundo a consultora.
O relatório da consultora nota também que, de acordo com a Moody’s Analytics, o crescimento do PIB português deverá abrandar para 2,2% este ano, e para 1,4% no próximo ano, subindo depois para 2,2% em 2025. Mesmo assim, Portugal continua a ser um dos países da zona euro onde a economia mais cresce.
Devido ao contexto de incerteza global, o investimento deverá diminuir 1,2% este ano, retomando um crescimento de 4,7% em 2024. Já a inflação, depois dos 7,8% de 2022, deverá moderar para os 4,5% este ano, e 2,6% no próximo ano. Em paralelo, a taxa de desemprego vai subir para os 6,4% neste ano, e descer para 5,9% em 2024, «à medida que o mercado de trabalho recupera».