Os investidores em imobiliário logístico estão dispostos a pagar quase um quinto a mais (19%) por armazéns europeus com elevadas credenciais de sustentabilidade (BREEAM Muito Bom ou superior) em relação a ativos classificados abaixo dessa referência, de acordo com a Cushman & Wakefield.
No seu relatório “Sustainable Logistics - Navigating Change in European Logistics Real Estate”, a Cushman & Wakefield analisou uma amostra de mais de 1.500 transações relativas a acima de 1.800 edifícios com pelo menos 10.000 metros quadrados desde 2019, período durante o qual se registou uma variação de preços. Esta diferença de preços foi ainda mais evidente para os ativos fora das localizações “super prime”, onde o prémio sobe para 24%.
A Cushman & Wakefield explora, nesta análise, os fatores de impulso e atração por detrás do prémio de valor do investimento e a forma como a sustentabilidade está a ter impacto em todos os aspetos do sector, desde a conceção dos edifícios e das cadeias de abastecimento até ao financiamento. A análise da empresa também revela que os atuais valores de arrendamento de edifícios logísticos bem classificados em toda a Europa são 10-30% mais elevados do que os ativos de qualidade inferior.
James Chapman, Head of EMEA Capital Markets, Cushman & Wakefield, refere «para muitos investidores, as credenciais de sustentabilidade de um ativo em análise estão no topo da lista de critérios de avaliação pré-aquisição. Considera-se que os ativos altamente certificados têm maior probabilidade de assegurar inquilinos agora e no futuro, proporcionar rendimentos de rendas mais elevados, minimizar o risco de períodos de desocupação e, consequentemente, reter valor. Ao revelar a forma como esta ênfase nas credenciais se está a traduzir em termos de preços e de rendas, a aposta na qualidade em logística é clara. Acreditamos que esta marca de qualidade irá persistir e amadurecer à medida que aumenta a pressão para garantir que os ativos permaneçam transacionáveis, tanto do ponto de vista do arrendamento como do investimento».
Embora a importância crescente das credenciais ambientais seja positiva para os proprietários de ativos altamente classificados, os proprietários de edifícios antigos ou não classificados terão receio de ficar aquém das expectativas do mercado e correr o risco de os seus ativos ficarem “parados” e expostos a desvalorizações.
A sustentabilidade está também a influenciar a capacidade de garantir financiamento para aquisições e melhorias de ativos, uma consideração fundamental para os investidores. Para os credores, as caraterísticas de sustentabilidade são cada vez mais um pré-requisito para a concessão de financiamento. Como resultado, existe um mercado vasto e ativo de produtos específicos de financiamento sustentável, incluindo programas de concessão de crédito de grande dimensão.
A evolução das regras comerciais e da apresentação de relatórios obrigou os proprietários de imóveis não residenciais a melhorar os mesmos, e as empresas a concentrarem-se na sustentabilidade a longo prazo dos ativos que estão a adquirir ou a financiar.
Sally Bruer, Head of EMEA Logistics & Industrial and Retail Research, Cushman & Wakefield, sublinha que «uma visão futura da sustentabilidade está a catalisar a intenção e a atividade dos investidores neste momento. As normas de investimento já evoluíram para além das regras comerciais que foram introduzidas para estimular a ação sustentável. Os investidores estão a reconhecer que agir atempadamente é muitas vezes a melhor estratégia, para garantir que estão a cumprir e a exceder as expetativas do mercado e quaisquer alterações regulamentares iminentes».