Taxa de ocupação na hotelaria atingiu os 68% em 2023

A Associação de Hotelaria de Portugal (AHP) apresentou os resultados do inquérito "Balanço 2023 & Perspetivas 2024" + "Balanço Natal & Réveillon", uma amostra que englobou 476 estabelecimentos turísticos. No balanço de 2023 traçado pela AHP, a taxa de ocupação a nível nacional atingiu os 68%, um aumento de 7 pontos percentuais face a 2022. Na capital portuguesa, a ocupação foi de 75% (+5,5 p.p.), ao passo que na região Norte se fixou nos 60% (+6 p.p.). De salientar que a região do Algarve, que manteve a taxa de ocupação de 2022 (61%), ainda não atingiu os níveis pré-pandemia no que diz respeito à ocupação. “Sem dúvida nenhuma, o turismo impulsionou abruptamente a economia portuguesa em 2023”, afirma Cristina Siza Vieira, vice-presidente executiva da AHP. O preço médio por quarto praticado teve um crescimento robusto em todas as regiões, com a média nacional a fixar-se nos 141 euros (+18% face a 2022), ao passo que em Lisboa atingiu os 159 euros (+4%). Quanto à estada média, manteve-se em 3 noites. De acordo com os dados da AHP, o Norte do país dobrou a estada média, passando de 2 para 4 noites. 76% dos hoteleiros apontam Portugal como principal mercado emissor No que diz respeito aos mercados, 76% dos hoteleiros aponta Portugal como principal emissor, seguindo-se Reino Unido (50%), EUA (41%), Espanha (40%) e Alemanha (31%). De acordo com as respostas ao inquérito, 71% dos hoteleiros aponta que a taxa de ocupação foi «melhor ou muito melhor que a de 2022», ao passo que 50% considera que as receitas e o preço médio foram «melhores ou muito melhores que a de 2022». Preço médio por quarto aumentaram no Natal Durante a época natalícia, período entre 22 e 26 de dezembro, o preço médios por quarto apresentou um aumento notável em todo o país. A média nacional subiu para 124 euros, um aumento de 5% face a 2022. Os Açores, com uma subida para 115 euros (+26,3%), e o Alentejo com 150 euros (+22%), destacam-se como as regiões com maior aumento face a 2022. Em termos de taxa de ocupação, a nível nacional, fixou-se nos 51%, uma subida de 1 p.p. Quase 80% dos inquiridos (79%) aponta Portugal como principal mercado emissor, seguido pelos EUA (38%) e Reino Unido (36%), com Espanha (32%) e Brasil (27%) também a contribuir significativamente. Taxa de ocupação subiu na passagem de ano Na celebração da passagem de ano, a taxa de ocupação a nível nacional foi de 70%, um aumento de 9 pontos percentuais face a 2022. Sem surpresa, a Madeira liderou com 80% (+4,4 p.p.), seguida por Lisboa (77%). Os preços médios por quarto atingiram os 173 euros, o que equivale a uma redução de 5,5% face a 2022. Os principais mercados durante o Réveillon foram Portugal (79%), Espanha (34%), e Reino Unido (32%). O Brasil saiu do top 3 comparativamente a 2022, caindo para 23%. Maioria dos hoteleiros mostram-se otimistas para 2024 As expectativas para 2024 evidenciam otimismo, com a maioria dos inquiridos a antecipar uma taxa de ocupação, preço médio e receitas melhores que o ano passado. Portugal (75%), Reino Unido (48%), EUA (42%) e Espanha (41%) vão ser os principais mercados, de acordo com as respostas dos hoteleiros. Os desafios apontados para 2024 incluem instabilidade geopolítica (78%), aumento das taxas de juro (59%), redução do número de voos (40%) e eleições em Portugal (10%). Notavelmente, a inflação, uma preocupação em 2022, não aparece nas preocupações destacadas este ano, assim como a escassez de recursos humanos. Bernardo Trindade, Presidente da AHP, diz que a grande mensagem é que 2023 «foi um ano positivo e, como prudência, o ano de 2024 pode igualmente ser um ano positivo. Seguramente, não com níveis de crescimento como tivemos em 2023, um sentimento que é geral em todos os associados, mas ainda assim com um olhar confiante. Com a prudência de que estamos com duas guerras, temos limitações aeroportuárias e os níveis de taxas de juro muito superiores aos valores que tínhamos no período da pandemia».

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