Nos primeiros seis meses deste ano, as autarquias encaixaram cerca de 30 milhões de euros com a cobrança de taxas turísticas sobre as dormidas nos alojamentos turísticos, mostra um levantamento feito e divulgado esta semana pelo Dinheiro Vivo. Esta foi também a primeira vez que as receitas das taxas turísticas do primeiro semestre ultrapassaram os valores pré-pandemia, 38% acima dos primeiros seis meses de 2019.
São números que refletem os novos recordes do turismo que estão a ser registados este ano. Até junho, Portugal recebeu 13,6 milhões de hóspedes (+21% que no ano passado), responsáveis por 34 milhões de dormidas (+18,8%). Hóspedes e dormidas subiram também 11% face a 2019, antes da pandemia.
A receita da taxa turística aumentou também porque mais municípios estão a cobrar esta taxa. Na lista, estavam Braga, Cascais, Faro, Lisboa, Mafra, Óbidos, Porto, Santa Cruz (Madeira), Sintra, Vila Nova de Gaia e Vila Real de Santo António. Em janeiro, também a Póvoa de Varzim começou a aplicar taxa turística de 1,5 euros por noite. Coimbra cobra 1 euro por noite desde 5 de abril, e a Figueira da Foz e Olhão 2 euros por noite desde o verão.
Também a câmara de Viana do Castelo já tinha avançado com a intenção de começar a cobrar taxa turística este ano, mas o autarca, Luís Nobre, anunciou que a decisão não será tomada até dezembro, por ser necessário votar o regulamento municipal.
Segundo o DV, a Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL) quer avançar com a cobrança de dois euros por dormida nos concelhos da região, valor que será reduzido para metade na época baixa.
Receitas aumentam 43% em Lisboa 233% em Gaia
Lisboa aplica esta taxa desde 2016, e este ano arrecadou 18,5 milhões de euros, mais 43% que em 2022 e mais 24% que em 2019. E o autarca, Carlos Moedas, já afirmou (à SIC e ao Expresso) que pretende aumentar o valor da cobrança, sem avançar mais pormenores.
No Porto, a taxa turística aumentou 51,6% para 8,2 milhões de euros, a maior receita encaixada do país. Mas Vila Nova de Gaia registou uma das maiores subidas, de 233% face ao ano passado, num total de 844.797 milhões de euros.
Cascais também ultrapassa a fasquia do milhão de euros, com uma subida de 11% face ao ano passado, e de 37% face a 2019.
A subida foi mais modesta em Faro, de apenas 4% face ao ano passado, com 513.000 euros.