Lisboa apresenta compressão do rendimento hoteleiro

Lisboa apresenta compressão do rendimento hoteleiro

Esta informação foi avançada pela consultora Savills esta segunda-feira, a qual revela que este comportamento é o resultado do aumento da procura visível por parte de investidores internacionais no segmento hoteleiro. Neste período, o volume de investimento em hotelaria nos 22 mercados analisados «permaneceu forte» e atingiu os 16 mil milhões de euros entre janeiro e setembro deste ano. Este valor representa um aumento de 4,3% face ao mesmo período do ano passado.

Sobre o caso português, Alexandra Portugal Gomes, Senior Analyst do departamento de Research da Savills Portugal, refere que «o investimento no setor reflete-se na implantação de novos hotéis, como também numa aposta cada vez maior na requalificação e modernização das unidades hoteleiras existentes, com o objetivo de continuar a elevar a qualidade da oferta turística e a criar novos conceitos diferenciadores». Lisboa apresentou no terceiro trimestre uma yield de contrato de gestão na ordem dos 6,5%, sendo que o rendimento prime nas estruturas desocupadas/ franchisadas está nos 6%, enquanto os leased descem para os 5%.

De acordo com a Savills, esta questão influencia o interesse dos investidores no sentido de subirem a curva de risco, investindo em ativos não arrendados, na procura de ativos de maior rendimento. Outra alternativa para os investidores, na perspetiva de Marie Hickey, Savills Research Team Director, passa por «optar por observar as cidades turísticas em crescimento, como Praga, Lisboa, Varsóvia e Viena, todas com volumes de investimento hoteleiro superiores à média deste ano».

Para Alberto Henriques, Senior Investment Consultant da Savills Portugal, a «elevada liquidez e a escassa oferta existente são uma premissa para os investidores estarem cada vez mais disponíveis a assumir um risco maior. Assistimos a um volume de investimento em hotelaria crescente no nosso país, com particular incidência não só na capital como também no Porto e Algarve. Neste sentido, obtivemos um volume de investimento superior à média europeia e tudo nos faz acreditar que este se mantenha no próximo ano. Lisboa em particular continuará no topo da lista de investidores, é uma capital europeia em ascensão também neste domínio».