WIRE: novas medidas do Governo “não vão solucionar o problema da habitação”

Filipa Arantes Pedroso, presidente da WIRE
Filipa Arantes Pedroso, presidente da WIRE

As novas propostas do programa “Mais Habitação”, recentemente apresentado pelo Governo e que já está em discussão pública, «não vão solucionar o problema da habitação em Portugal», acredita a associação WIRE.

Em entrevista ao podcast da VI “Minuto Imobiliário”, Filipa Arantes Pedroso, presidente da WIRE, afirmou que «este pacote para a habitação não é o que esperávamos, a meu ver estas medidas não vão solucionar o problema». A responsável destaca que «os investidores esperam há muito por medidas que tornem o licenciamento mais célere, e isso é tido em conta neste pacote». Mas tem reservas: «ainda não sabemos como se vai implementar a situação do licenciamento, em que bastam os termos de responsabilidade. Pode ser positivo a obrigatoriedade dos organismos públicos de responder nos prazos da lei, mas vamos esperar para ver».

A responsável acredita que não há resposta do Governo ao problema da falta de oferta de habitação, que tem sido o principal motor do aumento dos preços. E comentando uma das medidas mais polémicas deste programa, afirma que «o arrendamento compulsivo é um ataque à propriedade privada».

Considera também que «a fiscalidade foi esquecida», e que «o mercado esperava também estabilidade legislativa, esta instabilidade é o pior inimigo dos investidores». Filipa Arantes Pedroso resume que «estas medidas têm um caráter mais negativo que positivo, não foi o que os investidores estavam à espera».

“Queremos que as mulheres se imponham pela sua qualidade profissional”

Criada há cerca de um ano, a WIRE é uma associação que tem como principal objetivo dar mais visibilidade às mulheres, nomeadamente através da dinamização do networking e de vários eventos do setor, «tornando o mercado mais simpático para as mulheres, porque chegamos a qualquer evento, e a grande maioria dos convidados são homens. Em determinadas circunstâncias, mulheres com currículos até melhores que homens não são escolhidas. Na construção a situação é ainda mais grave, não há mulheres em cargos de direção ou C-Level», explica Filipa Arantes Pedroso. «Não queremos defender quotas, mas queremos que as mulheres se imponham pela sua qualidade profissional. E se olharmos para as associadas da WIRE está representada grande parte do mercado imobiliário».