O mercado residencial continua a dar sinais de recuperação nos últimos meses, com um novo aumento trimestral do volume de transações e uma aceleração do crescimento dos preços, segundo os dados da Confidencial Imobiliário relativos ao 3º trimestre de 2024.
Durante este período, estima-se a venda de 38.050 habitações em todo o país, um crescimento de 6,7% em relação ao trimestre anterior e de 16,0% face ao mesmo período de 2023. Este é o segundo trimestre consecutivo com aumento de transações, após mais de dois anos marcados por perda de dinâmica.
A quebra de dinâmica nas vendas teve início após o pico de 44.100 unidades transacionadas no 4º trimestre de 2021, com o mercado a ser particularmente afetado entre meados de 2022 e meados de 2023, refletindo a pressão da subida abrupta das taxas de juro e da inflação sobre a procura.
Após uma queda acumulada de 18,8% nas vendas em 2023, ainda refletida no 1º trimestre deste ano, o mercado recuperou no 2º trimestre de 2024, com um aumento trimestral de 12,2% nas transações, consolidando essa tendência no trimestre em análise.
A recuperação da procura vem acompanhada por um crescimento mais acentuado dos preços. No 3º trimestre, verificou-se um aumento de 2,5% nos preços da venda das casas face ao trimestre anterior, sendo esta a maior subida trimestral do último ano. No 2º trimestre, este indicador foi de 1,8%. A intensificação do indicador trimestral reflete o comportamento positivo de agosto e setembro, que aceleraram as variações mensais para 0,9% e 1,4%, respetivamente.
Ainda assim, a taxa de variação homóloga no 3º trimestre reflete um comportamento mais moderado dos preços ao longo do último ano. De facto, apesar de terem mantido uma trajetória positiva mesmo em contexto de redução das vendas, os preços registaram subidas mensais residuais ao longo do último ano, levando a que a taxa de variação homóloga passasse de 13,6% no 3º trimestre de 2023 para 8,3% no 3º trimestre deste ano. No entanto, este valor representa uma ligeira recuperação de 0,8 pontos percentuais em relação ao mínimo de 7,5% observado em julho, o mais baixo dos últimos três anos.
Em termos absolutos, o mercado transacionou a uma média de 2.572 euros por metro quadrado no 3º trimestre deste ano. Nas casas usadas, o preço médio de venda atingiu os 2.344 euros por metro quadrado e nas novas os 3.967 euros por metro quadrado. Ambos os segmentos registaram incremento de vendas, projetando-se aumentos trimestrais de 8,1% na transação de habitação nova (para 4.700 unidades) e de 6,4% na usada (para 33.350).