Problema da habitação “não é responsabilidade do alojamento local”, diz ALEP

Problema da habitação “não é responsabilidade do alojamento local”, diz ALEP
Eduardo Miranda, presidente da ALEP

Reagindo ao anúncio feito pela Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia, que pretende suspender a autorização de novos registos de alojamento local até à entrada em vigor do Regulamento Municipal do AL, a ALEP reiterou que «o problema da falta de habitação não é responsabilidade do alojamento local», mas sim «da falta de políticas de habitação».

Em comunicado, a associação do alojamento local alerta que «o caso de Gaia vem juntar-se a muitos outros que procuram empurrar para o Alojamento Local (AL) o problema da falta de habitação. Acontece que o problema da falta de habitação, ao qual também somos sensíveis, está na falta de políticas públicas eficazes». Considera por isso que «atacar o AL é apenas um placebo que transmite uma falsa ideia de ação, não resolve nada e serve apenas para distrair a opinião pública dos verdadeiros problemas, sendo o principal deles, a falta de soluções concretas».

Eduardo Miranda, presidente da ALEP, afirma que «o setor não pode continuar a ser o bode expiatório, sempre envolto num ambiente constante de perseguição e incertezas. O AL é, hoje, um dos pilares do turismo e será uma peça fundamental para ajudar a ultrapassar este período de crise que se avizinha».

A ALEP sustenta no seu comunicado que o AL não tem peso significativo na oferta de habitação e que, por isso, «nunca poderia ser o culpado pelo aumento de preços», já que representa 0,9% das casas do concelho de Gaia. Acresce que o concelho tem cerca de 13.500 casas vazias, de acordo com os Censos de 2021, e 1.200 unidades em alojamento local. Nas freguesias do centro e da zona histórica, contam-se 600 registos de AL e 2.200 habitações vazias.

Eduardo Miranda sustenta também que «o AL, na sua essência, faz um aproveitamento de casas de 2ª habitação ou antes vagas que normalmente ficariam fechadas uma boa parte do ano e que através o AL passa a gerar emprego e receitas para a economia».

Acrescenta ainda que este tipo de alojamento já representa mais de 40% das dormidas no país, e que «basta ver os estudos do perfil dos imóveis e proprietários de AL para perceber que não são imóveis com potencial para regressar à habitação». Conclui que «é hora de parar com manobras de diversão e ataques ao AL e passar a dedicar todos os esforços à criação de políticas de habitação que realmente funcionem».

A ALEP estará presente esta segunda-feira na Sessão do Executivo Municipal de Gaia pelas 16h para debater o tema.